Igreja: Catequistas de cinco dioceses portuguesas debatem novas orientações do Vaticano para o setor

49.º Encontro Interdiocesano dedicado ao Diretório para a Catequese

Lisboa, 13 fev 2021 (Ecclesia) – Catequistas de cinco dioceses portuguesas estão reunidos, online, desde sexta-feira até domingo, para debater as novas orientações do Vaticano para o setor, apresentadas em 2020 no Diretório para a Catequese.

O 49.º Encontro Interdiocesano de Catequistas da Zona Centro conta mais de 300 participantes de Lisboa, Santarém, Leiria-Fátima, Portalegre-Castelo-Branco e Setúbal), informa o Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC).

O diácono Paulo Campino, diretor do Serviço de Catequese de Santarém, disse na abertura dos trabalhos que a Catequese se “deve abrir às novas culturas e a novas linguagens”, num esforço por estar “nas realidades mais marginais”.

“Hoje muitas das nossas crianças e adolescentes estão fora da realidade eclesial, e isso deve provocar, na catequese, um movimento claro de inculturação de modo a que a transmissão da fé esteja atenta e atuante perante a globalização da cultura e das novas formas que as pessoas encontram para se relacionarem”, referiu aos participantes, numa intervenção citada pelo portal Educris, do SNEC.

O responsável considerou que o novo Diretório é “fruto da aceleração da própria sociedade” e recebe os contributos “de alguns documentos fundamentais e dos processos sinodais a que temos assistidos nos últimos anos”.

“É um documento que tem um carisma profundo. Tem uma razão eclesiológica e é fruto de um conjunto de Sínodos que a Igreja tem vivido e que vão alterando a face da Igreja nos últimos anos”, apontou.

Antes da sessão, o padre José Henrique Pedrosa, coordenador do grupo organizativo, agradeceu “a presença de tantos catequistas de todo o país” e lembrou que esta pandemia se tem constituído como “um desafio à catequese”.

Esta tarde, o padre Tiago Neto, diretor do Setor da catequese do Patriarcado de lisboa, desafiou os catequistas a fazerem um acompanhamento pessoal deixando a tentação da “massificação clássica” que não permite mais “a transmissão da fé às novas gerações”.

“O Diretório pede-nos, a nós catequistas, que não tenhamos um ‘pronto a vestir’ para quem vem ter connosco, mas devemos costurar um ‘fato’ adaptado a cada pessoa. Isso só pode acontecer quando reaprendermos a gramática do Humano, olhando para cada um como Pessoa”, indicou o especialista.

Na conferência que marcou o segundo dia de trabalhos, sob o tema ‘Identidade da Catequese’, o sacerdote deu conta do fim “do cristianismo sociológico” e de uma “oportunidade para a fé” trazida pelo primado da liberdade.

“Estamos no fim de um cristianismo sociológico. A fé por osmose acabou. Mas este não é o fim do cristianismo. É, sim o fim de uma certa maneira sociológica de entender a fé. Neste sentido o tempo de hoje é uma oportunidade. A cultura atual não transmite a fé, mas transporta consigo a liberdade de cada um poder ou não aderir a fé”, apontou.

OC

Notícia atualizada às 17h12

Catequese: Igreja procura explorar «novas potencialidades» perante confinamento

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