Igreja: Bispo de Angra quer «a família como grande opção pastoral»

D. Armando Esteves Domingues alertou para o «grande drama» de «dar sacramentos» mas não criar «discípulos»

Angra do Heroísmo, Açores, 18 mai 2023 (Ecclesia) – O bispo de Angra afirmou que quer “colocar a família como grande opção pastoral”, incentivou à criação de “projetos pilotos concretos” nas paróquias, na primeira reunião do Conselho diocesano da Pastoral da Família, que se realizou esta quarta-feira.

“O que proponho é que se faça uma reflexão para ver, por exemplo, se a catequese está a fazer adultos discípulos ou se se limita a uma série de festas, porque julgo que este é o grande drama da Igreja: estamos a dar sacramentos mas não criamos discípulos”, disse D. Armando Esteves Domingues, na reunião realizada pela plataforma Zoom, informa o portal online diocesano ‘Igreja Açores’.

A reunião contou com a participação de representantes da pastoral familiar – pastoral territorial e dos principais movimentos ligados à família como o Centro de Preparação para o Matrimónio (CPM) (São Miguel, Terceira e Faial), as Equipas de Nossa Senhora (Terceira e São Miguel, com um total de 30 equipas, duas em pilotagem), o Encontro Matrimonial (São Miguel, Graciosa e São Jorge) e o Movimento Esperança e Vida (São Miguel).

O bispo de Angra assinalou que esta área da pastoral “é transversal, comunitária, sinodal e continua”,  tocando todas as pastorais da Igreja e precisam de “garantir o respeito pela individualidade de cada situação concreta sem perder de vista a comunidade”.

“Olhar a pastoral de uma paróquia a partir do óculo da família é olhar para o essencial dessa comunidade”, acrescentou, destacando a “proximidade” como a “melhor resposta da Igreja”.

D. Armando Esteves Domingues, que recordou alguns exemplos do seu tempo de pároco para sublinhar que a “tarefa é difícil mas não é impossível”, incentivou à “capacidade de pequenos momentos e pequenos gestos” para chegar às pessoas, observando que, mais do que estruturas, “são precisos links de proximidade, especialmente às famílias”, olhar para a situação concreta de cada uma e ensaiar “respostas adequadas à sua realidade”, procurando criar discípulos.

O responsável diocesano refletiu sobre o documento ‘Itinerários Catecumenais para a vida matrimonial. Diretrizes pastorais para as Igrejas particulares’, da Santa Sé, apresentado pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida no X Encontro Mundial da Família (2022), em Roma.

“Os itinerários não são um percurso fácil; existem vários agentes e na cadeia deste itinerário por vezes a Igreja é a última”, referiu o bispo de Angra, manifestando a intenção de avançarem com a criação de equipas para as várias etapas destes itinerários catecumenais.

Os Itinerários Catecumenais pressupõem a existência de três grandes fases de evangelização: a fase pré- catecumenal, destinada à infância e juventude; o tempo intermédio, com o retiro de entrada no catecumenado e a fase catecumenal, com três etapas.

“Estas fases estão todas interligadas e não as podemos separar”, indicou o bispo de Angra que quer “colocar a família como grande opção pastoral”.

O sítio online ‘Igreja Açores’ informa ainda que a primeira reunião do Conselho Pastoral da Família da Diocese de Angra teve com a participação de praticamente todas as ouvidorias, e realizou-se no âmbito da Semana da Vida, que a Igreja Católica em Portugal está a promover, com o tema ‘Levanta-te! A tua vida é um dom’, até este domingo, dia 21 de maio.

CB

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