Igreja/Arte: Nuno Teotónio Pereira «casou» arte e liturgia, sublinha D. Januário Torgal Ferreira

Bispo das Forças Armadas e de Segurança fala em dívida da hierarquia para com geração de católicos

Lisboa, 12 jul 2012 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e de Segurança disse esta quarta-feira que o arquiteto Nuno Teotónio Pereira foi “um dos pioneiros” do “casamento” da arte com os documentos litúrgicos da Igreja Católica.

D. Januário Torgal Ferreira defendeu que a atribuição o Prémio «Árvore da Vida-Padre Manuel Antunes» 2012 foi um “ato de justiça” para um dos pioneiros do “sentido da renovação da arte”.

O prelado falava na cerimónia de entrega do galardão a Teotónio Pereira, realizada em Lisboa, na sala de conferências da igreja do Sagrado Coração de Jesus (1970), classificada como Monumento Nacional e de que o premiado foi coautor.

O bispo das Forças Armadas e de Segurança disse também aos jornalistas que a Igreja Católica deveria desculpar-se e restabelecer os laços com a geração do arquiteto Nuno Teotónio Pereira, que não encontrou da generalidade da hierarquia o melhor acolhimento para a oposição à ditadura.

Há responsáveis eclesiais que “deviam pedir perdão” aos denominados católicos progressistas, afirmou D. Januário Torgal Ferreira.

Para o prelado, ainda que discordassem de “aspetos ideológicos”, os membros da hierarquia nunca se deveriam ter “distanciado de pessoas que foram profetas, pioneiras e exemplo”, e que na década de 60 do século passado marcaram “vários setores da cultura em Portugal, e fundamentalmente da cultura da Igreja”.

A Igreja, sublinhou, deveria ter ficado próxima dos “cristãos que se bateram contra um regime de tortura, violência e conivência escandalosa entre uma ditadura e uma Igreja da liberdade”.

“Acho que devíamos sair daqui, neste cair de tarde, e perguntar se a Igreja não tem estado demasiadamente calada”, finalizou.

A cerimónia de entrega do prémio contou com a presença dos bispos pertencentes à Comissão Episcopal que acompanha o setor da Cultura, D. Pio Alves, D. João Lavrador e D. Nuno Brás, bem como de D. Januário Torgal, bispo das Forças Armadas e de Segurança.

O Prémio «Árvore da Vida» é atribuído pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, em nome da Igreja Católica em Portugal.

LFS/RJM/OC

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