Igreja/Algarve: Ação social colocada em causa

Bispo quer comunidades mais envolvidas na missão das instituições de solidariedade

Faro, 31 nov 2012 (Ecclesia) – O bispo do Algarve defendeu hoje a necessidade das comunidades locais se envolverem mais no trabalho das instituições sociais, de modo a ajudarem a garantir a sustentabilidade do serviço prestado aos mais carenciados.

Em entrevista concedida à Agência ECCLESIA, D. Manuel Quintas sublinhou que “muitas instituições sociais estão a passar por dificuldades”, devido à crise económica, que tem tido consequências ao nível dos “apoios do Estado” e das receitas vindas dos utentes.

Com o aumento do desemprego na região, várias pessoas que recorreram aos lares, para cuidarem dos seus idosos, deixaram entretanto de ter capacidade para “satisfazerem os seus encargos ao nível das mensalidades com que se comprometeram”.

De acordo com o prelado, esta situação não se verifica apenas nos serviços de terceira idade, mas estende-se “àqueles que acolhem jardins-de-infância, creches, ATL”.

Perante este quadro, a diocese quer “envolver mais as comunidades para ultrapassar as dificuldades, quer através da dinamização do voluntariado quer por intermédio de outras soluções de aproximação.

“É importante que os centros não caminhem à margem da comunidade local, quando eles surgem envolvem as pessoas, mas depois começam a funcionar e parece que se verifica algum divórcio, não pode ser assim, tem de haver um crescimento nesse sentido”, realçou D. Manuel Quintas.

Esta questão esteve em cima da mesa durante um encontro do bispo do Algarve com representantes dos vários centros sociais paroquiais da região, na terça-feira, em Santa Bárbara de Nexe, Concelho de Faro.

A iniciativa pretendeu também “dar mais força e dinamismo” às instituições sociais da Igreja, perante um quadro de problemas “que são comuns”.

“Quanto mais a identidade das instituições for firme, mais elas desempenharão a sua finalidade, de servir os mais necessitados e anunciar o Evangelho” sustentou o prelado.

O encontro, inserido na reestruturação que a diocese está a implementar nos serviços de pastoral sociocaritativa, apontou ainda para a importância das instâncias católicas que prestam apoio aos mais carenciados terem “objetivos” bem definidos, serem criteriosas na “escolha dos recursos humanos” e privilegiarem a “gestão séria” e a “qualidade dos serviços”.

Em abril vai ter lugar outra reunião do género, onde a Igreja Católica algarvia procurará avançar mais na formação daqueles que estão nas instituições sociais, “não só dos funcionários mas também dos voluntários”, com recurso aos “princípios da Doutrina Social da Igreja”.

JCP 

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