Arcebispo de Braga apela ao «acolhimento de todos», nas comunidades católicas
Braga, 02 abr 2023 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga assumiu hoje, na Missa de Domingo de Ramos, a necessidade de pedir “perdão” às vítimas de abusos sexuais e criar uma cultura de proteção, na Igreja.
“Infelizmente, também na Igreja a confiança de muitos foi traída por abusos de alguns dos seus membros. A purificação e a reparação só são possíveis pelo perdão, pela escuta e pelo acompanhamento de que foi ferido e traído”, disse D. José Cordeiro, na homilia da celebração, a que presidiu na Catedral local.
“Juntos e todos, caminhemos numa cultura de não-violência e, sobretudo numa cultura do cuidado, do encontro, da transparência, da segurança e da fraternidade”, acrescentou.
O arcebispo primaz apelou a uma “Igreja de portas abertas”.
“A Igreja não é uma elite de perfeitos, mas uma porção da humanidade tal como é, santa e pecadora. Todos são capazes de fazer coisas excecionais com pessoas excecionais. Deus é capaz de fazer coisas excecionais com pessoas normais ou até com os mais simples”, sustentou.
A Igreja não existe e não pode viver só para si mesma. Existe para o acolhimento de todos, existe para a Missão, ou melhor para evangelizar com o Evangelho de que sempre se evangeliza nos amplos horizontes de Deus”.
D. José Cordeiro defendeu a criação de uma pastoral “da escuta e do acolhimento”, nas várias comunidades paroquiais.
“A Igreja Arquidiocesana, da qual a igreja Catedral é símbolo da unidade, deve ser casa que sabe acolher e escutar medos e esperanças das pessoas, perguntas e angústias e que sabe oferecer um corajoso testemunho e um anúncio credível da verdade, que é Cristo”, prosseguiu.
A Igreja Católica inicia, com a celebração dos Ramos, o itinerário da Semana Santa, momentos centrais do ano litúrgico que, nas igrejas e nas ruas, recordam os momentos da Paixão de Jesus – a sua prisão, julgamento, condenação à morte e crucifixão.
Já esta tarde decorreu a Procissão dos Passos, organizada anualmente no Domingo de Ramos pela Irmandade de Santa Cruz, apresentada como “o primeiro grande cerimonial da Semana Santa de Braga”.
OC