Lisboa, 26 abr 2023 (Ecclesia) – O Grupo de Acompanhamento das situações de abuso sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal – Grupo VITA – é apresentado hoje, pelas 14h30, no Hotel Mundial, em Lisboa.
No encerramento da última assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) foi anunciado a criação de “um novo organismo” para o acompanhamento de vítimas de abusos sexuais na Igreja Católica, Grupo Vita, que é presidido pela psicóloga Rute Agulhas, realça uma nota enviada à Agência ECCLESIA.
Os jornalistas podem entrar, a partir das 14h00, para o local da apresentação, no Hotel Mundial.
O comunicado final da Assembleia Plenária da CEP, realizada entre 17 e 20 de abril, em Fátima, indicava que o Grupo VITA “terá a necessária autonomia para, em articulação com a Equipa de Coordenação Nacional, desenvolver uma ação que contribuirá para capacitar, ainda mais, o valioso trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelas Comissões Diocesanas no acolhimento e acompanhamento das vítimas, bem como na formação preventiva dos agentes pastorais”.
Entre outras ações, acrescenta a nota, está prevista a elaboração de um “Manual de Prevenção que será comum a toda a Igreja em Portugal, quer nas Dioceses quer nos Institutos de Vida Consagrada”.
Rute Agulhas, que até integrava a Comissão Diocesana de Lisboa, vai coordenar o grupo específico de acompanhamento decidido na Assembleia Plenária extraordinária do dia 3 de março, acompanhada por José Souto de Moura, presidente da Equipa de Coordenação Nacional das Comissões Diocesanas de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis.
A 206.ª Assembleia Plenária analisou e debateu o tema dos abusos de menores e adultos vulneráveis na Igreja Católica em Portugal, realçando que, após a conclusão do estudo da CI, se entra “numa nova fase”; após um ano de trabalho, a Comissão Independente (CI) para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica em Portugal, designada pela CEP, apresentou a 13 de fevereiro um relatório, no qual validou 512 testemunhos, apontando a um número de 4815 vítimas, entre 1950 e 2022, e entregou aos responsáveis católicos de Portugal uma lista com nomes de alegados abusadores, no dia 3 de março.
“Estamos empenhados em prosseguir um caminho de reparação e prevenção para que seja possível garantir o devido apoio às vítimas e implementar uma cultura de cuidado e proteção dos menores e adultos vulneráveis nos nossos ambientes, contribuindo para erradicar este drama da sociedade”, indicam os bispos católicos.
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