Associação comemora 25 anos de existência
Ricardo Perna, da Família Cristã, em serviço especial para a Agência ECCLESIA
Roma, 28 jun 2022 (Ecclesia) – A Federação das Associações de Famílias Católicas da Europa (FACFE) está a comemorar 25 anos e o seu presidente destaca que a instituição “permite incluir todas as pessoas”.
“Temos de compreender a função concreta da família, e não é útil misturar com outras instituições. A família tem a característica de ver o futuro e de se preocupar com ele, é uma instituição natural que tem esta função. Não é uma questão de discriminar algo ou alguém, trata-se de ver a realidade, que é que a família, na história do Homem, teve uma função particular, porque é a que estava, que está e que ficará para sempre”, disse Vincenzo Bassi, em declarações à Agência ECCLESIA, no contexto do 10.º Encontro Mundial das Famílias (EMF).
O entrevistado assegura que os princípios são os mesmos, “mas desenvolveram-se, porque hoje as famílias precisam de coisas diferentes”, há problemas novos, como “o Inverno demográfico” que é o “maior” de todos.
“As famílias mudaram as responsabilidades e os papéis. 25 anos significa uma história, uma confiança e a responsabilidade de continuar a representar famílias e países”, referiu Vincenzo Bassi.
Para o presidente da Federação das Associações de Famílias Católicas da Europa “é difícil de compreender” que a sociedade olhe para a família tentando forçar uma mudança que não é boa porque “a família está ao serviço da sociedade”.
“A ideologia é algo de muito mau, e a família é a coisa menos ideológica que podemos imaginar. Não é fácil, mas, no tempo do inverno demográfico, sem família não podemos imaginar o futuro”, alertou.
O responsável afirma que quando falam de família é “sem adjetivos”, porque é algo concreto, tem responsabilidade, tem uma função “e aí é sempre família”, e a FAFCE tenta explicar que “a sociedade não tem futuro” sem as famílias.
“Quando se fala assim, não temos de explicar outras coisas, porque a ideologia é uma enfermidade e não permite explicar a função e a beleza da família. Falamos da beleza da família e de como ela aplica essa beleza na vida concreta”, desenvolveu.
O presidente da Federação das Associações de Famílias Católicas da Europa realça que a “família não é um modelo”, mas uma realidade porque “se toma a responsabilidade dos outros de forma geracional”.
“Se falarmos da função da família, temos somente de nos preocuparm em não excluir ninguém da Igreja. A Igreja tem uma função de acolher, mas a família tem funções e características específicas que não devemos misturar com outras associações ou realidades que não têm as mesmas características da família”, sublinhou.
É importante para as famílias europeias, e também para a portuguesa, estarem juntas, porque a solidão da família é uma doença, não basta participar nos movimentos eclesiais para formar comunidade. A família tem de tomar a responsabilidade de construir comunidade, que tem de incluir as pessoas que querem estar com Deus, mas as famílias não são um privilégio, são uma responsabilidade, podemos ver na vida concreta de cada família o futuro da sociedade”.
Vincenzo Bassi observa que têm de “tentar mudar a comunicação sobre a família” que hoje é de defesa, no contexto das discussões sobre aborto e a eutanásia, por exemplo, que têm um impacto grande na forma as famílias se organizam nos diferentes países, e começar a promover as famílias, e comunicar a sua beleza.
“Em Portugal, em Itália, na Europa e no mundo, temos de falar mais da importância e do papel das famílias na rede de famílias”, indicou, no final 10.º Encontro Mundial das Famílias, alertando que a solidão “é a causa das enfermidades mais graves para a família”.
A Federação das Associações de Famílias Católicas da Europa representa associações nacionais e locais e apresenta-se como “a voz das famílias numa perspetiva católica”.
A FACFE participa no Conselho da Europa e é membro da Plataforma de Direitos Fundamentais da União Europeia.
CB/OC
Reportagem em Roma no âmbito do X Encontro Mundial das Famílias resulta de uma parceria entre a Agência Ecclesia, a Família Cristã, o Diário do Minho e a Associação de Imprensa de Inspiração Cristã