Hospital não é um deserto, mas lugar de encontro

Coordenador nacional da Pastoral da Saúde destaca necessidade de «disponibilidade e simpatia» no tratamento aos doentes Quando uma pessoa procura o hospital, quer na urgência quer em serviços vários, procura sempre encontrar resposta para o seu problema. Nesse local, o homem busca a esperança. Nesta manhã (1 de Abril), Mons. Vítor Feytor Pinto sublinha – no II Seminário Nacional Espiritualidade no Hospital – que a esperança é “a aquisição de um bem que se deseja e que se antevê”. Na reflexão sobre «Hospital, lugar de esperança, o papel do serviço de assistência espiritual e religiosa», o orador realça que, na perspectiva cristã, ter esperança é por “toda a confiança na capacidade e no valor dos outros”. Há lugares de aprendizagem da esperança. O hospital, como lugar de encontro entre pessoas, supõe “a hospitalidade, o acolhimento, a disponibilidade, a simpatia, a eficácia” – disse Mons. Feytor Pinto. Esta iniciativa, organizada pela coordenação Nacional das Capelanias Hospitalares e subordinada ao tema «Hospital Lugar de Esperança», tem alertado, os cerca de 300 participantes, para o desafio da esperança que toca a todos e, no hospital, o sofrimento é matéria-prima. Se não houvesse esperança para encontrar no hospital resposta ao problema que preocupa, os “hospitais eram lugares de deserto ou de medo” – afirmou o orador. O agir ou a acção humana, o diagnóstico, o prognóstico, a terapia e a vida no hospital torna-se lugar de esperança. No entanto – salienta o conferencista – “a oração, a espiritualidade e a relação com Deus são também lugares de esperança, sobretudo quando há uma dimensão terapêutica da espiritualidade”. António Filipe Barbosa, utente do Serviço Nacional de Saúde, deu o seu testemunho sobre os tempos passados no Hospital com a sua filha Francisca. Quando se entra naquele espaço “temos uma sensação de esmagamento” porque “há no hospital uma vida que nos ultrapassa”. Na capela do Hospital de S. João no Porto, António Filipe Barbosa relata que naquele espaço “encontrei a esperança”. Este utente recorda as palavras de um médico: “aquela criança nunca seria normal” e “aquela criança era a minha filha”. A situação era preocupante, mas nunca desistiu. E conclui: “A ciência e técnica não resolve tudo” – finaliza.

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