Homilia de D. José Cordeiro na Benção de finalistas da diocese de Bragança-Miranda

CRER PARA VER

Catedral, 26 de abril de 2014

A temática unificadora da liturgia de hoje, na oitava da Páscoa é a fé, juntamente

1. Acreditar para ver e ver para acreditar

A fé é o dom inestimável para ver Deus invisível além do que se vê, porque quem acredita tem a vida em nome de Deus. A narração do evangelho de João apresenta-nos o caso de Tomé, que muitas vezes é dado como o paradigma dos incrédulos. Todavia, Tomé, um dos apóstolos, num primeiro momento duvida, mas depois acredita. Faz uma profissão de fé, acreditando que o ressuscitado é o mesmo que foi crucificado e declara: «Meu Senhor e meu Deus». Esta afirmação de fé, um credo, é de afecto e de pertença a Deus, como que a dizer és o meu único Senhor e único Deus.

O caminho tortuoso de Tomé é uma aventura de fé.

Não é muito difícil reconhecermo-nos em Tomé, na sua dúvida, no querer ver e tocar, no não acreditar nos que dizem os outros, mas provavelmente no acreditar. A dúvida faz sempre bem no itinerário da vida. Precisamos de sinais como Tomé, para depois passar ao anúncio. Da visão ao testemunho.

O encontro com Cristo permite passar do medo à alegria.

2. A alegria do abraço da fé

A leitura dos Actos dos apóstolos identifica as quatro colunas da vida da Igreja: o ensino dos Apóstolos (anúncio, pregação, catequese); comunhão fraterna (bens materiais e espirituais, obras de misericórdia); fracção do pão (partilhar do pão da Palavra e da Eucaristia) e oração (a fé que fala).

3. A paz da felicidade

A paz é um fruto da Páscoa. Jesus Cristo saúda os seus discípulos na ausência e na presença de Tomé com estas palavras. «A paz esteja convosco». O dom pascal da paz é a base da comunidade que se constitui por aqueles que viram e por aqueles que não viram, mas acreditaram. «Felizes os que acreditam sem terem visto».

Na segunda leitura, Pedro reafirma o mesmo: sem O terdes visto vós O amais; sem O ver ainda, acreditais n’Ele. E isto é para vós fonte de uma alegria inefável e gloriosa, porque conseguis o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas» (1Pd 1, 8-9).

Hoje estamos aqui nesta Catedral para dar infinitas graças a Deus por vós finalistas do Ensino Superior e convosco todos os que integram a vossa história, a família, a escola, os amigos.

E agora? O futuro é exigente, os desafios são enormes! A vossa qualificação académica, técnica e profissional abre horizontes de empreendedorismo, de iniciativa empresarial, de criatividade e de grande coragem em Bragança, em Portugal ou nesta terra global. Preocupa-nos o fenómeno do desemprego e em especial o desemprego jovem e intercedemos para que haja maior enfoque dos poderes públicos nas políticas São cada vez mais as pessoas que estão insatisfeitas com o mundo em que vivemos. Todavia, são muito poucas as que fazem alguma coisa para o transformar.

Convido-vos a faze-lo com criatividade engenho, desejando um futuro de esperança para todos e cada um, de dignidade no trabalho, de justiça e de paz.

Que a Paz da Páscoa continue a dizer-nos Bom dia e Boa noite todos os dias!

+ José Cordeiro

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