Homilia de D. Ilídio no encerramento do Ano Paulino e ordenações presbiterais

Caríssimos Sacerdotes e caríssimos Cristãos da Diocese de Viseu, olhemos e contemplemos, jubilosa e agradecidamente, este belo quadro que se coloca à frente dos nossos olhos, nesta histórica e inesquecível celebração e nesta nossa Catedral de Viseu!… Apresentam-se, a Deus e à Igreja, 3 jovens que aceitam e querem ser Sacerdotes no nosso Presbitério e mais outros 2 que, ao terminarem o seu curso teológico, querem dar um passo, muito firme, livre e esclarecido, em ordem à futura ordenação presbiteral. Que belo quadro e que excelente tónico e motivação, para nós, os já Presbíteros, continuarmos a evocar S. Paulo como referência e modelo do nosso Ministério de Apóstolos e de Missionários!… Fazemo-lo, na vivência do nosso SIM, reanimando o dom que o Espírito nos comunicou pela imposição das mãos, na nossa ordenação sacerdotal!…

Ainda para tornar mais inesquecível esta celebração única, 2 homens do nosso Povo Cristão, querem iniciar hoje, com o Ministério do Leitorado, o caminho sério e decidido para o Diaconado Permanente, uma graça que Deus vai conceder, muito em breve, à nossa Igreja Diocesana.

Demos graças a Deus e confiemos que Ele está connosco. Ele ama muito a nossa Igreja e não Se esquece de lhe ir suscitando os trabalhadores necessários, ainda que não dispense a nossa pessoal, entusiasta e empenhada colaboração!…

Todos estes motivos de Festa, somados ao início do Ano Sacerdotal que o Papa nos propôs, dão-nos excelente ocasião para fazermos uma profunda meditação sobre o que o Senhor nos dá e sobre o que Ele nos pede para vivermos, com alegria, a nossa vocação. Ao mesmo tempo, porque somos padres para sermos enviados ao Povo de Deus, anunciando e formando Jesus Cristo em cada Cristão e nas Comunidades eclesiais, também os Leigos são chamados a viver este Ano Sacerdotal, em comunhão e em corresponsabilidade connosco, como membros do mesmo Povo. Não estamos separados nem somos ghetto. Somos irmãos e caminhamos juntos.

Caríssimos Padres e Diáconos (João, José e Pedro), brevemente membros efectivos do nosso Presbitério, quero dizer-vos, com toda a humildade e comunhão convosco: o Presbitério não é uma mera realidade ontológica, onde nos vamos encaixando institucionalmente, engrandecendo o número e partilhando o trabalho. O Presbitério é a nossa família que vive, precisa e se constrói com cada um de nós – com cada presbítero. Cada um é seu elemento constitutivo como "homem do mistério" que vive e anuncia, em experiência de profunda intimidade com o transcendente; que actua como "homem de comunhão" com Deus, com a humanidade e com a natureza e, particularmente, com os outros sacerdotes; que se assume como "homem da missão a tempo inteiro" que exige de cada um a sua vida toda, vivida e doada com alegria e para sempre.

Esta missão, ao jeito e em obediência ao Bom Pastor, significa ir ao encontro dos irmãos, de todos. Ir para viver e testemunhar o amor; ir para anunciar Jesus Cristo; ir para dialogar na procura da verdade; ir para chamar à família e à participação; ir para formar os valores de configuração com Jesus Cristo; ir para estabelecer comunhão, respeitando as diferenças, mas aprofundando as relações… Missão nunca significou ficar à espera. Sempre – e muito mais hoje – significa ir, chamando e envolvendo leigos nas atitudes de participação e de corresponsabilidade e não de mera ajuda, procurando criar comunidades verdadeiramente missionárias e conscientes de Quem é Jesus Cristo e do que Ele quer dizer, hoje, a todos.

Para isso, caríssimos Padres e Diáconos, evitando activismos ou acções isoladas, precisamos, em 1º lugar, de ser santos e felizes e mostrarmos, com muita alegria, a beleza e a grandeza da nossa vocação. Somos chamados por Deus para vivermos o Sacerdócio como uma vocação de encantamento, de paixão e de realização pessoal; para abraçarmos causas grandes e de sentido, importantes e indispensáveis a todos; e para nos sentirmos confortados com o amor do Pai, com os dons do E. Santo e com a presença, o estímulo e o exemplo do Bom Pastor. Ao Bom Pastor nos confiamos, caríssimos Sacerdotes, para que sejamos Pastores à Sua imagem e segundo o Seu Coração.

O Ano Sacerdotal que agora começa quer comprometer todo o Povo de Deus, todo ele Povo Sacerdotal. Sem Sacerdotes não há Eucaristia e sem Eucaristia não há Igreja. Assim quer Jesus Cristo que fundou a Igreja e chama ao Sacerdócio. Nenhum Sacerdote o é para si mesmo ou para interesse privado ou somente para alguns mais próximos. Somos para toda a Igreja e a nossa vocação, vida e missão interessam a toda a Igreja. Precisamos que todas as comunidades rezem por nós, Sacerdotes e que se constituam grupos de apoio, de oração e de cooperação com a missão que, embora seja assumida por cada Sacerdote, vive-a em comunhão de corresponsabilidade com todos. Os leigos não são, apenas, chamados a descobrir Cristo no Sacerdote mas a colaborar com ele, tornando mais eclesial, mais fiel, mais Crística e mais santa a sua missão.

Peço a todos e a cada um dos Sacerdotes, que se empenhem a privilegiar sempre e em cada circunstância, a comunhão: com a Trindade, pela oração, pela meditação da Palavra de Deus e pela descoberta e aprofundamento da vontade do Senhor; com a Humanidade, servindo os homens nas causas e nos mistérios de Deus; com o Bispo e o Presbitério. O Presbitério é a nossa Família e nele nos unimos a toda a Igreja. Não somos Presbíteros sem ou desligados desta tríplice comunhão.

Caríssimos: João Leão, José Bento e Pedro Leitão, bem-vindos a esta nossa Família!… Acolhemo-vos com alegria e amor fraterno. Contamos convosco, como nossos irmãos no Ministério Sacerdotal, a viver em cada dia, numa opção tornada escolha livre e pessoal, em resposta feliz e diária a Cristo Sacerdote!…

Caríssimos: Luís Carlos e Marco Cabral, estais, a partir de hoje, mais próximos do Altar para servir a comunhão. Não tenhais medo!… Estamos convosco e rezamos por vós.

Caríssimos: Carlos Alexandre e Hélio Domingues, iniciais, hoje, o caminho para um novo Ministério na nossa Igreja Diocesana – Ministério essencialmente vocacionado para o serviço fraterno da Comunidade, a começar pelos mais pobres, mais doentes e mais carenciados de mesa e casa comuns. Contai com a amizade de todo o Presbitério e de todo o Povo de Deus!… Um obrigado muito sincero, a vós, às vossas Esposas e aos vossos familiares.

Caríssimos Irmãos desta nossa Diocese de Viseu: Terminamos, nesta celebração, o Ano Paulino. Fica o testemunho de S. Paulo para sermos Missionários da Vida e do Amor de Cristo. Celebramos também S. Pedro, a Rocha firme da Igreja, Casa e Escola de Comunhão. No seu amor e entrega, aprendamos a paixão de Discípulos e de Apóstolos, amando a Igreja, seguindo Cristo e servindo os irmãos. Iniciamos um Ano Sacerdotal. É oportunidade para nós, Presbíteros, com a intercessão do Santo Cura d'Ars, renovarmos o dom que recebemos no Sacerdócio e para todos nós, os Baptizados, vivermos uma positiva e frutuosa cultura vocacional.

Demos graças a Deus por este dia, por todo o Seu Amor e confiança e por todas as Suas graças!… AMEN!… ALELUIA!…

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