Haiti: Conferência Episcopal pede ajuda da comunidade internacional para o país

Bispos afirmam que não podem ficar «indiferentes aos trágicos acontecimentos dos últimos meses»

Foto AIS

Haiti, 28 dez 2021 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal do Haiti pediu à comunidade internacional que ajude o país, mergulhado numa crise política, económica e social.

Na sua mensagem de Natal, os bispos Haitianos questionam se este tempo, que “leva a abrir a novos horizontes, a um ideal de vida maior e mais nobre”, não deveria levar a comunidade internacional “a trabalhar incansavelmente para ajudar a curar esta ferida e promover o respeito dos direitos universais”.

A Conferência Episcopal do Haiti considera que os políticos locais devem estar “mais preocupados do que nunca” com a situação “caótica e catastrófica” que se vive no país e que “não mostra sinais de abrandamento”.

O Haiti vive em crise política, económica e social, que persiste desde o terramoto de 2010, que deixou 250 mil mortos, agravada pela pandemia e pelo assassinato do presidente Jovenel  Moise, a 7 de julho deste ano.

Os bispos recordaram também o terremoto de 14 de agosto, que devastou a comunidade costeira de Los Cayos, no sul da ilha, onde morreram 2200 pessoas e mais de 50 mil casas destruídas, para além dos efeitos de uma tempestade tropical.

“Neste dramático contexto muitos compatriotas são obrigados a deixar o país, esperando encontrar prosperidade em outro lugar, mas muitas vezes são vítimas de maus tratos e discriminação”, referem, na mensagem de Natal.

A Conferência Episcopal do Haiti incentiva a um “despertar moral e patriótico”, manifestam solidariedade com as vítimas de sequestro, de violação e violência.

“Com todas as nossas forças, condenamos esses atos fratricidas e pedimos que a verdade, a ordem e a justiça sejam restauradas juntamente com a autoridade do Estado”, acrescentam, num texto divulgado pelo portal ‘Vatican News’.

Os bispos católicos do Haiti pedem também aos grupos armados e àqueles que os apoiam para deixarem “as armas” e contribuam para a “reconstrução de um mundo mais justo, humano e unido”, e a todos os cidadãos para não colocarem os seus “pequenos interesses acima dos interesses da nação”.

No passado dia 13 de dezembro, a explosão de um camião-cisterna provocou mais de 60 mortes, em Cap-Haitien, e a também a preocupação do Papa.

“Pobre Haiti, um após outro. É um povo em contínuo sofrimento”, referiu Francisco, no final da audiência geral, no Auditório Paulo VI.

CB/OC

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