Guarda: Diocese vai debater futuro em três assembleias diocesanas

Reflexão poderá ajudar a «preparar o terreno para lançar um Sínodo», admite D. Manuel Felício

Guarda, 31 jan 2017 (Ecclesia) – O bispo da Guarda vai promover entre março e junho três assembleias diocesanas, no âmbito de um processo de reorganização pastoral que pretende apontar caminhos de futuro para a Igreja Católica naquele território.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, D. Manuel Felício destacou três temáticas fundamentais a abordar: que “modelo de Igreja” existe na região e como é que ele se adequa ao atual contexto social; como é feita a “transmissão da fé” e de que modo é que ela é “celebrada” no meio da comunidade local, nas diversas paróquias.

As assembleias, que decorrerão nos dias 29 de abril, 20 de maio e 17 de junho, resultam de uma caminhada de três anos de reflexão na diocese, cujas conclusões estão a ser trabalhadas pela Assembleia Diocesana.

“Durante este ano será tempo de pegarmos neste material, de o podermos refletir e a partir daí tirar conclusões”, apontou D. Manuel Felício, que não quer chamar a este processo “sínodo”, mas admite que ajude a “preparar o terreno para lançar um sínodo”.

“Quando não sei, mas há assuntos a retomar”, sustentou o prelado, dando como exemplo desafios como “os jovens, a fé e o discernimento vocacional”, a par das “famílias” e dos “próprios ministérios” que devem ser “ajustados à realidade” da diocese.

Sobre a realidade do clero, numa região onde a falta de vocações acompanha a tendência do país, o bispo da Guarda admitiu que o ministério do diácono permanente “é uma realidade que se quer integrar”.

D. Manuel Felício defendeu também um papel mais reforçado dos leigos, ao nível da pastoral e dos projetos assumidos nas paróquias e arciprestados, da programação e aconselhamento.

“Nós padres só ganhamos se as nossas decisões forem tomadas como ponto de chegada de uma série de recolhas, de informação, de aconselhamentos que tivermos, porque de outra maneira ficamos sozinhos e não vamos a lado nenhum”, frisou o responsável católico.

Já sobre a transmissão da fé, o prelado lembrou que a especificidade da diocese, ao nível populacional, deve levar a soluções mais arrojadas e ajustadas ao contexto.

“Às vezes temos 10 paróquias onde não conseguimos fazer um grupo etário de sete ou oito crianças, adolescentes ou jovens”, exemplificou o bispo, que acerca da celebração e vivência da fé considerou essencial que ela não se limite a “uma religiosidade popular, feita de procissões ou peregrinações”.

Realidades que são importantes mas que ficam aquém daquilo que “se exige”, concluiu D. Manuel Felício.

Depois das três assembleias diocesanas, o bispo da Guarda, que está há 12 anos na região, admite começar a preparar a partir de setembro uma nova carta pastoral com “orientações para os próximos anos na vida da diocese”.

PR/JCP

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