Geração nova sacerdotal

“O sacerdócio já não oferece uma posição privilegiada. Exige uma escolha contracorrente” para responder aos desafios de um mundo secularizado e individualista, mas rico de novas potencialidades que devem ser valorizadas. Foi com esta convicção que os cerca de 500 seminaristas encerraram este Domingo, dia 4 de Janeiro, o 5º Congresso de Seminaristas promovido pelo Movimento gens (Geração Nova sacerdotal) do Movimento dos Focolares, realizado em Castelgandolfo. O Congresso, subordinado ao título: “Há um caminho: o desafio dos relacionamentos”, contou com a presença de seminaristas dos 5 continentes. Portugal fez-se representar por quatro seminaristas. Um comunicado enviado à Agência ECCLESIA dá conta que os números dos candidatos ao sacerdócio não diminuíram. “Há uma dezena anos que os seminaristas eram 50.000 no mundo inteiro. Actualmente são 72.000”. Este tema foi desenvolvido pelo teólogo Hubertus Blaumeiser, consultor do Dicastério Vaticano para a educação católica e responsável pelo Centro sacerdotal dos Focolarinos. “O maior crescimento regista-se na América Latina, na África e na Ásia. No Leste europeu começaram a diminuir as vocações”. Hubertus Blaumeiser fez uma leitura dizendo que se trata de “um processo de purificação em acto, para as comunidades cristãs, chamadas a terem uma vida mais evangélica, capaz de gerar vocações fortes. E é também uma purificação para aqueles que são «os chamados». De facto, tornar-se sacerdote deixou de oferecer uma posição privilegiada, mas exige uma escolha contracorrente”. É necessário passar “da escolha do sacerdócio à escolha mais fundamental, que é a base do sacerdócio: a escolha de Deus” e de um “seminário instituição” ao “seminário escola do Evangelho” que forme “pessoas inteiras, livres, coerentes, como Jesus”. Relativamente à missão, o mesmo teólogo afirmou ser necessário “ser, no meio da humanidade, fermento de relacionamentos verdadeiros, com a marca da reciprocidade”. O desafio dos relacionamentos com Deus e dos relacionamentos interpessoais foi o “caminho” mais aprofundado durante o Congresso. Sobre este tema, o filósofo e teólogo Giuseppe Maria Zanghì, afirmou que “o desafio que temos diante de todos nós é o de saber compor numa coisa só, à luz do mistério trinitário, a singularidade da cada pessoa com a dimensão, simultaneamente, constitutiva da comunhão e da fraternidade”. Com o tema “Celibatários, não singles”, foram feitas reflexões do ponto de vista espiritual, psicológico e experimental. No Domingo, o congresso concluiu-se na Praça de S. Pedro onde Bento XVI fez uma saudação a todos os congressistas. “Recebo com alegria o numeroso grupo de seminaristas provenientes de vários países para um encontro de formação do Movimento dos Focolares. Caros jovens, abençoo com todo o coração o vosso caminho. Que a Virgem vos proteja sempre”. Maria Voce Emaús, actual presidente do Movimento dos Focolares, recordou palavras de Chiara Lubich. “Seria maravilhoso que Deus fizesse nascer uma multidão de jovens que se sintam atraídos de modo que o número dos seminaristas aumente, e de 40 passem a ser 80”.

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