Geminação Leiria-Fátima e Sumbe

A partilha de experiências missionárias ocupou o painel da manhã do penúltimo dia do Congresso. Com o mote de apostar nos leigos para a missão, os testemunhos vieram demonstrar que muitos jovens leigos optaram por partir. Foi o caso da Sara Moniz, do grupo Ondjoyetu, da diocese de Leiria – Fátima, que mantém um projecto de geminação com a diocese angolana do Sumbe. Um projecto recordado a duas vozes. Sara Moniz esteve durante um ano no Sumbe, o Pe. Pe Viror Mira, sacerdote diocesano há 16 anos, é também, desde 1997, responsável pela animação missionária da diocese Leiria-Fátima, a única diocese portuguesa geminada com uma diocese africana. Sara Moniz partiu para o Sumbe por uma forte convicção que era chamada à missão. Fisioterapeuta, deixou o seu emprego para seguir o seu desejo. Para trás também deixou o namorado e não pode estar presente no casamento da irmã. Situações que põem em evidência o desprendimento para partir e o forte chamamento que sentia. O grupo Ondjoyetu (A Nossa Casa) nasceu de uma vontade missionária. O Pe. Vitor Mira mantinha uma ligação ao Sumbe, onde esteve entre 1993 e 1996, e ficou responsável pela animação missionária na diocese. Em 1999, o grupo reuniu-se com missionários franceses com experiência de voluntariado em Angola. A partilha de experiências votou a vontade de desbravar caminho. Inicialmente os projectos eram curtos. Durante dois meses no Verão, leigos e padres partiam e desenvolviam trabalhos no Sumbe. O primeiro projecto foi em 2000, que teve sempre continuidade até 2005, sempre com apoio de instituições, empresas e diocese de Leiria-Fátima. Com o tempo, a ideia de geminação foi surgindo. Em 2006 sentiram ser hora de um compromisso mais real e efectivo. Fez-se a geminação, dando início à existência de uma equipa missionária no Sumbe, inexistente até à altura. Distante da cidade, o Sumbe tem 1200 quilómetros quadrados de montanha. Sem luz e água potável, é um local onde as doenças são muitas e assistência na saúde é deficitárias. Deficitária também era a assistência espiritual. Na primeira experiência, o sacerdote baptizou 400 crianças. No projecto, em 2006, construíram uma casa no Sumbe e adquiriram um jipe. Em 2007 começaram nova etapa de trabalho. Sara Moniz explica que começaram do zero. A formação foi a primeira fase. Cursos de culinária, formação de saúde preventiva, e aulas de alfabetização mas também formação a catequistas, a casais, a crianças e liturgica. Começaram a visitar vários bairros, muito isolados, para perceber problemas sociais e cristãos. Os missionários que partiam, iam com o sentido da participação nas actividades paroquiais. O objectivo era estabelecer um compromisso concreto com comunidade marcada pelo isolamento e pelas carências. O Sumbe, sendo jovem, e mercê do conhecimento que foi sendo estabelecido pelo trabalho, ditou o crescimento de ano para ano. A geminação quis ser sinal de cooperação com África cujos problemas são bem conhecidos. Com a geminação, abriu-se a possibilidade de conhecer testemunhos concretos da presença em Angola e permitiu também a presença de pessoas, ao abrigo da geminação, em Portugal. Este intercâmbio está contemplado no projecto de geminação, que dura 10 anos e são renováveis. O grupo espera que os vários passos não se percam e que possam entusiasmar para o que há ainda para fazer. A divulgação do projecto pretende chegar a outros voluntários, que vai crescendo. O futuro depende sempre da adesão de pessoas, mas o quer já foi feito, foi graças também ao testemunho que foram recebendo de outras missões. Foto:Ondjoyetu

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