Fundamentos da Paz na Terra

Fundamentos da Paz na Terra No início do novo milénio, algumas dezenas de movimentos, comunidades e grupos de cristãos estiveram reunidos, dia 5 de Abril, em Coimbra, para escutar “os sinais do tempo que a encíclica Pacem in Terris deixou ao mundo”. «Por uma cultura da justiça e da paz” foi o tema central deste Encontro que pretendeu comemorar o 40º aniversário da encíclica de João XXIII. Num mundo cada vez “mais globalizado e complexo”, as ameaças à justiça e à paz “são hoje sentidas por muitos dos nossos concidadãos” – disse à Agência ECCLESIA Paulo Fontes, relator das conclusões deste encontro. Na base desta reflexão “está uma convicção comum” que sem uma “renovação do nosso olhar e sem um aprofundamento dos valores” pelos quais “pautamos as nossas atitudes e comportamentos colectivos não poderão surgir as estruturas que o nosso mundo necessita” – avançou Paulo Fontes. Só com estas estruturas, “poderemos chegar a uma convivência pacífica” e estabelecer relações sociais assentes na “justiça, verdade, liberdade e amor: os quatro pilares da Pacem in Terris” Paz e Justiça estão “indissoluvelmente ligadas”. Nesta linha, a paz “não é somente a ausência de guerra” mas a paz “tem um conteúdo positivo”. 40 anos depois deste documento sublinha-se “que não deve haver uma visão catastrofista da realidade” mas uma procura “da presença salvífica de Deus” – referiu. Do ponto de vista da encíclica, ela antecipa a “consciência da globalização” – na altura falava-se de mundialização – e da “necessidade de um bem comum universal”. Aspectos fundamentais que “ajudarão a compreender a nossa realidade”. Ao reconhecer que as religiões foram muitas vezes elemento importante “para invocar ou legitimar conflitos”, elas podem ser cada vez mais “um factor de paz e de diálogo entre os povos”. Nesse sentido, estas poderão ser um contributo para a construção de “um novo universalismo”. A situação da Europa no mundo de hoje preocupa também estes movimentos porque, afirmam, a “Europa corre para as armas” e “afasta-se da cultura da paz”. Justamente, numa época onde este continente poderia dar “um sinal importante de recusa da guerra como solução para fomentar um quadro de relações internacionais fundado na liberdade e na justiça” – finaliza Paulo Fontes.

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