«O rosto, a fé dos fiéis da nossa Diocese do Funchal depende, em grande parte, do modo como vivemos a fé» – D. Nuno Brás
Funchal, Madeira, 19 jun 2020 (Ecclesia) – O bispo do Funchal presidiu hoje à Missa Crismal, com o clero da diocese, deixando uma série de propostas para a vivência da fé e da missão sacerdotal.
“Não tenhamos dúvidas. O rosto, a fé dos fiéis da nossa Diocese do Funchal depende, em grande parte, do modo como vivemos a fé. A sua ousadia apostólica depende, em grande parte, da nossa capacidade de romper caminhos — aqueles que o Espírito Santo nos indicar. A salvação dos nossos irmãos depende, em grande parte, do modo como lhes apresentarmos a pessoa de Jesus, único salvador”, disse D. Nuno Brás, na Sé do Funchal.
Neste dia que a Igreja Católica celebra a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a Diocese do Funchal viveu o seu Dia Diocesano do Clero e a Missal Crismal.
O bispo diocesano assinalou que a situação de pandemia de Covid-19 “talvez, tenha feito acordar, um pouco que seja, para as grandes questões que pareciam adormecidas, senão mesmo esquecidas” na sociedade.
“Convém, por isso, que nós, presbitério desta Diocese do Funchal, nos deixemos interrogar não só pelo modo como vivemos e como saímos deste tempo de confinamento como, sobretudo, pelo lugar que Jesus nos convida a ocupar, e pelo anúncio que Ele nos confia neste mundo que agora recomeça a movimentar-se”, desenvolveu, numa homilia enviada à Agência ECCLESIA.
D. Nuno Brás propôs aos sacerdotes da diocese “cinco breves pontos” que hoje “parecem, mais que nunca, essenciais” para “interpretar, viver com toda a alma”, o sacerdócio ministerial e começa por salientar que não podem “perder a capacidade” de se deixar “seduzir pelo amor absoluto e concreto que é Jesus Cristo”.
“Depois, havemos de ser homens de fé mais firme, que colocam em Jesus Cristo toda a sua confiança. A fé faz-nos viver a vida de outro; Quando o outro é Deus, o amor em absoluto, isso torna-nos maiores”, explicou no segundo ponto.
O bispo do Funchal salientou, no terceiro ponto, que os sacerdotes têm para oferecer “um louco horizonte de vida, como é, de há dois mil anos a esta parte, o anúncio do Ressuscitado” e, hoje, “o mundo necessita de quem lhe apresente o sentido da existência”.
Nos dois últimos pontos, D. Nuno Brás incentivou os seus sacerdotes da deixarem-se “cada vez mais interpelar pelos rostos, pelas vidas, pelas pessoas concretas” que lhes foram confiadas” e, “finalmente, ser Padres capazes de trabalhar uns com os outros, em união fraterna, com todas as diferenças”.
Na homilia do Dia do Clero e Missa Crismal, o bispo do Funchal começou por afirmar que “ninguém entenderá o mundo, a vida, a existência humana, o universo inteiro, a não ser a partir da consideração do amor como absoluto”.
“É ao amor que tudo é relativo: tudo é vivência, concretização do amor que é Deus; ou tudo, ao contrário, é falta dele, falha, negação”, assinalou.
Todos os anos na Solenidade do Coração de Jesus é celebrado o dia de oração pela santificação do clero e, em Portugal esta sexta-feira é marca pela celebração da Missa Crismal em mais de uma dezena de dioceses, depois do seu adiamento na data tradicional de Quinta-feira Santa, por causa da pandemia de Covid-19.
CB/OC