Funchal: Bispo afirma que Eucaristia «não é uma mera lembrança ou representação» da Última Ceia

D. Nuno Brás centrou a sua homilia na passagem «fazei isto em memória de mim»

Funchal, 18 abr 2019 (Ecclesia) – O bispo do Funchal disse hoje que a Eucaristia “não é uma mera lembrança distante ou representação da Última Ceia” e os cristãos celebram o primeiro o “Mistério Pascal de Jesus” e o mundo novo que é oferecido.

“Os cristãos celebram — hoje como desde o primeiro dia — o Mistério Pascal de Jesus e, com ele, o mundo novo que nos é oferecido pela morte e ressurreição do Senhor. É daqui, e à luz deste acontecimento, que podemos descobrir o significado pleno da celebração cristã e também o significado daquela Ceia derradeira que Jesus quis comer com os seus”, afirmou D. Nuno Brás, esta tarde, na Sé.

Na homilia enviada à Agência ECCLESIA, explicou que da Última Ceia “foi retido e celebrado” pelos cristãos as palavras e gestos de Jesus que, “no meio dos ritos e celebrações judaicas”, trouxeram “a novidade” proclamada depois “pela morte e ressurreição do Senhor”: “Tomai e comei: isto é o meu Corpo”; “Tomai e bebei: este é o cálice do meu sangue”; “Fazei isto em memória de mim”.

“Mostremos a todos o caminho que Deus nos oferece para participar da Sua vida eterna”, acentuou.

Na Missa da Ceia do Senhor de Quinta-feira santa, o bispo do Funchal salientou que as palavras de Jesus – “fazei-o em memória de Mim” – ressoam, “não raras vezes, como se fosse “uma simples repetição para recordar ou para nunca esquecer”.

“A Eucaristia não é uma mera lembrança distante ou representação da Última Ceia”, afirma D. Nuno Brás contextualizando que os cristãos celebraram a Eucaristia “sem esperar que passasse um ano e chegasse de novo o momento da Ceia”, e sem comer o cordeiro imolado no Templo e as ervas amargas.

D. Nuno Brás explicou que o “ponto de partida” da celebração da Eucaristia não foi uma festa anual mas “a ressurreição do Senhor”, acontecimento que, “no meio do tempo, no seio da história humana”, projeta o fulgor da vida divina e “oferece um novo sentido para a existência”.

Segundo o bispo diocesano, apenas Jesus “poderia realizar esse gesto para sempre” de dizer “isto é o meu Corpo, este é o cálice do meu sangue — ou seja: sou eu mesmo, tomai e comei!”

“Jesus cria uma nova presença, uma presença real, que se oferece a si mesma, que não depende das memórias dos amigos humanos, mas que depende dele próprio e do seu novo modo de ser ressuscitado: a presença sacramental”, realçou.

D. Nuno Brás assinala que “o Senhor permite” também aos discípulos do século XXI que vivam “esse momento” como “comunidade de discípulos, sentados à mesa eucarística”.

“Percebemos como a morte e sepultura do Senhor se revestem da qualidade de acontecimentos de salvação; perante esta presença, percebemos a Eucaristia que celebramos. Percebemos a graça de nos encontrarmos reunidos à volta do Senhor que, uma vez mais, nos diz: “Tomai e comei isto é o meu corpo; tomai e bebei, este é o cálice do meu sangue””, explicou na o bispo do Funchal na homilia da Missa da Ceia do Senhor.

Esta Sexta-feira Santa, o bispo diocesano preside à Oração das Laudes e Ofício e celebração da Paixão do Senhor, respetivamente às 09h30 e às 17h00, e a procissão do Enterro do Senhor, a partir das 19h00.

CB

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