D. Manuel Martins e presidente da Cáritas Portuguesa elogiam percurso feito pelo Papa em nove meses
Lisboa, 13 dez 2013 (Ecclesia) – O bispo emérito de Setúbal, D. Manuel Martins, teme que Francisco, que hoje completa nove meses de pontificado, fique na história “como um Papa engraçado” e “não como um instrumento de Deus”.
O prelado referiu à Agência ECCLESIA que via “uma Igreja muito parada” e que, tal como Francisco, prefere “uma Igreja acidentada no meio do mundo” do que “uma Igreja muito bonita e arranjadinha”, mas arrumada “num canto qualquer”.
“É uma provocação fantástica que ele faz à Igreja”, acrescentou o bispo emérito de Setúbal.
D. Manuel Martins diz ter “muito medo” de que o Papa Francisco passe à história como um “Papa engraçado” e não como um homem eleito “modificar por completo a sua Igreja, que bem precisa de ser modificada”.
Já Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa, fala da eleição de Francisco como “uma graça” e um dos “melhores frutos do Ano da Fé” (outubro de 2012-novembro de 2013), proclamado pelo Papa emérito, Bento XVI.
O responsável espera que a “Igreja seja digna deste pastor que o Espírito Santo lhe colocou nos destinos da barca de Pedro” e que esteja “recetiva aos apelos claros” e numa “linguagem bem audível por todos” do Papa argentino.
A Igreja não tem de alterar a Boa Nova, mas adaptar esta mensagem “às alegrias e anseios” dos cristãos da sociedade atual, frisou Eugénio da Fonseca, para quem os cristãos devem acompanhar o ritmo do Papa Francisco e fazer com ele “uma Igreja renovada e que não tem medo de se abrir à força do Espírito Santo”.
Jorge Mario Bergoglio, que vai completar 77 anos de idade no próximo dia 17, foi eleito como sucessor de Bento XVI a 13 de março, após a renúncia do agora Papa emérito.
Francisco é o primeiro Papa jesuíta na história da Igreja e o primeiro pontífice sul-americano.
LFS/OC