Francisco critica «arrivistas» na Igreja

Papa pede católicos «humildes, pobres e mansos»

Cidade do Vaticano, 22 abr 2013 (Ecclesia) – O Papa Francisco alertou hoje no Vaticano para o que denominou como “arrivistas” na Igreja, convidando os católicos a serem “humildes, pobres e mansos”.

“Nas comunidades cristãs há estes arrivistas, não? Procuram o seu e, consciente ou inconscientemente, fingem para poder entrar (na Igreja), mas são ladrões e salteadores”, disse, na homilia da missa que celebrou na capela da Casa de Santa Marta.

Segundo o Papa, estas pessoas “roubam a glória a Jesus” por procurarem “a sua própria glória”, numa religião “de negócio”, em que as pessoas apenas se elogiam umas às outras.

“Estes não entraram pela verdadeira porta: a porta é Jesus é quem não entra por esta porta engana-se”, observou.

Francisco apresentou as “bem-aventuranças” como a marca distintiva da vida dos católicos e deixou um pedido direto a cada um dos presentes: “Sê humilde, pobre, manso, justo”.

“Alguém poderá dizer: ‘Padre, você é fundamentalista’. Não, isto é simplesmente o que disse Jesus: ‘Eu sou a porta’, ‘eu sou o caminho’, para dar-nos a vida”, acrescentou.

Para o Papa argentino, esta é uma porta que “não engana, não é falsa” e mostra a verdade “com ternura, com amor”.

“Por vezes (a porta) está fechada: nós estamos tristes, desolados, temos problemas em bater à porta. Não procuremos portas que parecem mais fáceis, mais confortáveis, mais à mão, mas sempre esta: Jesus”, acrescentou.

Francisco considerou, por isso, que é necessário rejeitar a “tentação de procurar outras portas ou janelas para entrar no Reino de Deus”, porque todos os que procuram “entrar pela janela” são “ladrões e salteadores”.

“Por vezes temos a tentação de querermos demasiado ser patrões de nós próprios e não humildes filhos e servos do Senhor”, realçou.

Neste contexto, prosseguiu, quem quer “fazer proveito para si próprio” é alguém que “quer sair” da Igreja.

“Há tantos caminhos, talvez mais fáceis”, observou Francisco, mas são “enganadores, não são verdadeiros” e resultam muitas vezes da “vontade de ter a chave de interpretação de tudo”.

A missa contou com a participação de trabalhadores da sala de imprensa da Santa Sé e de técnicos da Rádio Vaticano.

OC

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