Francisco/12.º aniversário: Aposta na sinodalidade é dado «incontornável» do pontificado – Clara Raimundo

Jornalista do «7MARGENS» elogia promoção de abertura, tolerância e diálogo, por parte do Papa

Foto: Agência ECCLESIA/OC

Lisboa, 13 mar 2025 (Ecclesia) – Clara Raimundo, do jornal digital ‘7MARGENS’, disse à Agência ECCLESIA que a aposta na sinodalidade é um dado “incontornável” do pontificado de Francisco, eleito há 12 anos.

“Tendo como pano de fundo os 12 anos de pontificado, é óbvio que este símbolo sobre a sinodalidade é incontornável”, refere.

Foto: Agência ECCLESIA/MC

A jornalista acompanhou, em Roma, o final da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, cuja segunda sessão decorreu de 2 a 27 de outubro de 2024, sob a presidência do Papa, com o tema ‘Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão, missão’.

O processo começou com a auscultação de milhões de pessoas, pelas comunidades católicas, em 2021; a primeira sessão decorreu em outubro de 2023.

“Começou de uma forma absolutamente inédita, não pensei que fosse possível, tive muitas dúvidas de que fosse possível implementar esta ideia de começar nas bases”, admite Clara Raimundo.

A entrevista destaca o facto de haver “vozes recolhidas nesse período inicial que chegaram ao fim”, mostrando que “foram efetivamente escutadas” e se refletiram no documento conclusivo.

Francisco promulgou o documento final e enviou-o às comunidades católicas, sem publicação de exortação pós-sinodal, uma possibilidade prevista na constituição apostólica ‘Episcopalis communio’ (2018).

Encheu-me de esperança o facto de o Papa ter revelado o seu entusiasmo, a sua fé nas conclusões a que a Assembleia chegou, e ter decidido que aquele documento final seria parte do seu magistério”.

Para Clara Raimundo, o que está em causa é “tornar o povo de Deus, desde as bases até à hierarquia, toda a Igreja como sujeito, protagonista”.

Questionada sobre os momentos marcantes do pontificado, a jornalista recorda a celebração de Quinta-Feira Santa, em 2013, pouco tempo após a eleição de Francisco, com o gesto do lava-Pés numa prisão juvenil da capital italiana, “em vez de o fazer em São João Latrão, a sua catedral, onde seria expectável”.

Nessa celebração, o Papa lavou os pés a 12 pessoas de várias nacionalidades e religiões, incluindo duas jovens.

“Todos precisamos mais disso, de mais abertura, de mais tolerância, de mais diálogo, de ir ao encontro do outro, seja o outro, quem for, tenha as diferenças que tiver relativamente a nós”, indica a entrevistada.

Aquilo que tenho sentido sempre em relação a Francisco, e que ele continua sempre a reforçar, é que é o Papa mais parecido com Jesus que conheci”.

A jornalista considera que o Papa continua a encontrar “muitas resistências”, que vieram a público também num momento em que Francisco está “fragilizado”.

Clara Raimundo convida a fazer um jornalismo mais “construtivo”, mostrando-se chocada com algumas das reações que encontrou desde o internamento do pontífice, a 14 de fevereiro, devido a problemas respiratórios.

A entrevista vai ser emitida este domingo, no Programa ECCLESIA, a partir das 06h00, na Antena 1 da rádio pública.

OC

Francisco/12.º aniversário: Encíclicas sociais, processo sinodal e atenção às periferias marcam pontificado (c/vídeo)

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