Forças Armadas: «A vida ao serviço dos outros torna-se imortal» – D. Rui Valério

Bispo das Forças Armadas e de Segurança evocou memória de militares mortos, há 60 anos, em combate da Batalha de Diu, na Índia

Ordinariato Castrense

Lisboa, 18 dez 2021 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e de Segurança assinalou hoje a memória dos militares mortos, há 60 anos, em combate da Batalha de Diu, na Índia, sublinhando o testemunho de vida “ao serviço dos outros”.

“A vida de cada um só é finita, só é mortal se não tiver outro propósito senão servir o próprio interesse, se não visar outra finalidade que não seja a busca do benefício individual, porque, quando se coloca ao serviço dos outros, quando se faz oferta pelos demais, transforma-se e torna-se imortal, universal, e transcende os limites peculiares do tempo, penetrando a eternidade”, afirmou D. Rui Valério, na homilia, enviada à Agência ECCLESIA.

A eucaristia, celebrada na igreja da Memória, em Lisboa, contou com a presença de familiares dos militares mortos, do Ministro da Defesa Nacional, João Cravinho, do Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Almirante Silva Ribeiro, da Secretária de Estado dos Recursos Humanos de Defesa Nacional e Antigos Combatentes, Catarina Sarmento Castro e os Chefes dos três ramos da Marinha, Exército e Força Aérea, que se juntaram para evocar a memória dos militares, com destaque para “o Comandante Jorge Oliveira e Carmo, cuja morte foi um ato heróico por Portugal”.

D. Rui Valério assinalou que para o futuro de um país, importa ver quem se “disponha a dar a vida e a derramar o próprio sangue”.

“Um país pode ser formado por decreto, ou até mesmo desenhado à mesa das negociações; uma Nação é constituída pelo sentimento de pertença e de unidade de um povo, mas a Pátria, é um mistério de vida que nasce da vida incondicionalmente doada; doação recebida que se faz oferta gratuita aos filhos e cidadãos. Quando um país não suscita quem por ele se disponha a dar a vida e a derramar o próprio sangue por ele, é um país sem futuro”, afirmou.

Ordinariato Castrense

A evocação dos militares falecidos é uma forma de “trazer ao presente, na memória, na admiração e no reconhecimento, os gloriosos heróis, os seus feitos e atos que elevaram alto o esplendor de Portugal” mas também “um apelo lançado a nós por eles e ao nosso presente, a partir da sua condição de cidadãos já coroados com a glória da eternidade”.

“Eles interpelam-nos para mantermos acesa a luz da confiança em Portugal; para perseverar no ardente amor à nossa Pátria; para que da alma lusa nunca se extinga a chama da coragem e da humildade do servir. Tudo bem edificado na sólida rocha da fé”, sublinhou.

“Somos fruto da árvore que é Portugal, cujos ramos são mananciais éticos, civilizacionais e humanistas que nos solidificam, nutrem e sustentam; mas, as suas raízes são aquelas e aqueles que, embebidos de uma vida que não conhece ocaso, a oferecem pela Pátria, fazendo dessa doação a própria vida da Pátria”, acrescentou.

A evocação dos 60 anos da morte de militares portugueses na Batalha de Diu, na Índia, prosseguiu, depois da celebração da eucaristia, junto ao Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, para uma homenagem no local.

LS

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