Fio condutor

P. Nuno Amador

Fazer a experiência de uma vida entulhada de eventos e atarefada até ao milésimo de segundo não é necessariamente gozar uma vida mais completa, mais cheia e mais feliz. Pode, aliás, ser exatamente o contrário.

À vida contemporânea não faltam eventos. São muitos e sucessivos. Às vezes são tantas as hipóteses que não nos é fácil escolher. Constantemente inundados por ondas de dinâmicas, atividades curriculares e extracurriculares, Missas, missões, compromissos familiares, peregrinações, palestras, conferências, retiros, noites de oração, celebrações, campos de férias, ações de voluntariado, trabalho, saídas com amigos, encontros, reuniões: chegamos ao fim da lista já cansados. Experimentem repetir o trava-línguas conhecido: «sucessão sucessiva de sucessos sucessivos que se sucedem sucessivamente sem cessar».  É esgotante… Só de dizer diminui o fôlego e aumenta o stress.

Nalguns momentos a pressão pode ser tanta e os convites tão insistentes que quase nos sentimos obrigados a estar em todo o lado e a corresponder a todas as solicitações. É claro que é bom dizer que sim, com a alegre generosidade de quem se entrega, no sacrifício de si, mas também é importante aprender, justamente, a dizer não. Somos humanos, finitos, cansamo-nos, e não conseguimos estar em todo o lado ao mesmo tempo. Temos que, legitimamente, escolher entre possibilidades, equilibrando a vida e dando, de facto, prioridade ao essencial.

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