Fátima sem polémicas

A Igreja Católica em Portugal negou qualquer polémica relativamente às noticiadas alterações do Estatuto do Santuário de Fátima. O secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Carlos Azevedo, confirma à Agência ECCLESIA uma mudança de estatuto do Santuário de Fátima, mas garante que este é um passo que se limita a recuperar uma prática determinada por Pio XII, a 21 de Julho de 1958.

“O que está em causa é a realidade nacional do Santuário de Fátima. Desde os anos 50 começou-se a perceber que o fenómeno de Fátima extravasava os limites da Diocese, pelo que se considerou oportuno que alguns Bispos servissem de Conselho para as grandes decisões”, explica o Bispo Auxiliar de Lisboa, especialista em História da Igreja. O Conselho viria a deixar de reunir, com o passar dos tempos, mas voltará a ser activado com a revisão dos Estatutos.

Assim, a CEP deverá determinar quem auxiliará o Bispo de Leiria-Fátima, embora se admita continuar com a prática de serem os três Arcebispos Metropolitas (Braga, Évora e Lisboa). D. Carlos Azevedo critica os “equívocos” criados pela comunicação social e lembra que a Congregação para o Clero, do Vaticano, está a levar a cabo uma “revitalização e um enquadramento eclesial” dos Santuários de todo o mundo. A intenção, assegura, não é o exercício de qualquer tipo de “vigilância”, mas responder à realidade concreta do Santuário, “que ultrapassa os limites de uma Diocese”. O Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, considera, por seu turno, esta mudança permite conciliar as dimensões diocesana, nacional e internacional do Santuário.

“São evidentes duas coisas: que o Santuário está na diocese de Leiria-Fátima, pelo que a jurisdição imediata é da diocese; por outro lado, é igualmente evidente a dimensão nacional e internacional do Santuário”, referiu aos jornalistas que o interrogaram sobre o tema. D. José Policarpo explicou que “o que a Santa Sé fez foi, apenas e só, pedir para que o Conselho criado nos anos 50 se reactivasse”. A primeira responsabilidade será, portanto, estudar um dossiê que virá a culminar, depois, “num outro estatuto para o Santuário de Fátima.

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