Fátima: Secretário de Estado do Vaticano apela à construção de «alternativa à violência» (c/fotos)

Peregrinos rezaram pelo fim da guerra na Ucrânia e pelas vítimas de abusos sexuais

Fátima, 12 mai 2023 (Ecclesia) – O secretário de Estado do Vaticano apelou hoje, em Fátima, à construção de uma “alternativa à violência”, numa celebração em que os peregrinos rezaram pelo fim da guerra na Ucrânia e pelas vítimas de abusos sexuais.

“Quando não se encontra uma alternativa à violência, à guerra, ao ódio fratricida, à exclusão, à marginalização, então a esperança duma mudança radical e dum futuro diverso e bom é simplesmente impossível. Mas, uma alternativa a tudo isso existe: é Cristo morto e ressuscitado, eternamente vivo”, disse o cardeal Pietro Parolin, na celebração da vigília do 13 de maio, a que presidiu no Recinto de Oração da Cova da Iria.

O cardeal Pietro Parolin tinha presidido à peregrinação de outubro de 2016, meses antes da vinda do Papa por ocasião do centenário das Aparições, no ano seguinte.

Cerca de 23o mil de pessoas acorreram esta noite à Cova da Iria, na primeira grande peregrinação anual, com muitos peregrinos a pé a percorrer os caminhos até Fátima, nos últimos dias.

Antes recitação do terço, esta noite, os símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) – a Cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora ‘Salus Populi Romani’ – desceram até à Capelinha desde o topo norte do recinto, permanecendo no Santuário até ao final da Missa Internacional, este sábado.

A pequena procissão decorreu ao som do hino oficial da JMJ Lisboa 2023, ‘Há pressa no Ar’.

A peregrinação internacional aniversária de maio tem o mesmo tema do encontro de Lisboa, ‘Maria levantou-se e partiu apressadamente’.

“Como Maria e com Maria, a Igreja aprende a permanecer junto dos crucificados da história. Como Maria e com Maria, a Igreja constrói pacientemente a cultura do encontro, do diálogo, da reconciliação e da fraternidade sem muros”, destacou o cardeal Parolin, na homilia que leu em português.

O colaborador do Papa apresentou uma reflexão sobre a “realidade imensa do sofrimento humano”, destacando a resposta oferecida por Jesus, “com o Evangelho, a sua proximidade aos doentes, o gesto de lavar os pés dos discípulos, o seu corpo cravado na Cruz, com o perdão levado até ao extremo, até ao amor dos inimigos”.

Para servir esta alternativa de misericórdia e paz, que Deus concede ao mundo e à humanidade, nasce a Igreja. Ela é chamada a ser o instrumento vivo desta esperança, impedindo que o esquecimento a vença e definhe a sua memória”.

Na recitação do terço, os peregrinos rezaram pelas vítimas de abusos e a “falta de verdade”, evocando um “momento duro da história”, pedindo que a Igreja “se converta, sinceramente peça perdão e procure a justiça, cuide de todas as vítimas e dos agressores e repare todo o mal cometido”.

Já nas preces da Celebração da Palavra, os participantes foram convidados a rezar pela Igreja, “para que se ofereça a Deus e, na hora difícil que atravessa, ouça o apelo à conversão que a verdade e a justiça lhe exigem”.

Os peregrinos evocaram ainda as vítimas e os “causadores das muitas guerras que afligem tantas nações em todo o mundo, lembrando especialmente a Ucrânia invadida”.

A oração estendeu-se a “todos aqueles que, nesta hora dura e difícil da história, temem o presente e têm medo do futuro”, bem como às “vítimas da pobreza, da doença e da violência que assolam tantos povos”.

Durante a noite e madrugada do dia 13, a Cruz da JMJ e o ícone mariano estão na Vigília Jovem na Basílica de Nossa Senhora do Rosário e, às 02h00, da acompanham a Via-sacra no caminho dos Pastorinhos até ao Calvário Húngaro.

OC

 

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