Teóloga Teresa Messias sublinhou responsabilidade da mensagem cristã enquanto instrumento de «transformação» da sociedade
Fátima, Santarém, 10 mar 2014 (Ecclesia) – O Santuário de Fátima promoveu este domingo uma reflexão à volta da realidade do pecado, com a teóloga Teresa Messias, inserida no ciclo de conferências intitulado “Envolvidos no amor de Deus pelo mundo”.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o reitor do Santuário, padre Carlos Cabecinhas, destacou a pertinência de analisar esta matéria, num tempo marcado por “uma certa perda da dimensão do pecado”.
Só na medida em que as pessoas olham para a sua vida “a partir do amor de Deus” é que podem “dar conta da fragilidade da sua resposta”, salienta o sacerdote.
No âmbito do 4.º ano de preparação do Centenário das Aparições de Fátima, marcado para 2017, o Santuário da Cova da Iria delineou um programa de conferências, em parceria com a Universidade Católica Portuguesa, para ajudar as pessoas a conhecerem os diversos conteúdos da mensagem de Fátima.
“O objetivo é fundamentalmente pedagógico, ajudar a aprofundar, elemento por elemento, a mensagem de Fátima, partindo daquele que é o tema do ano, e abordando-a desde perspetivas muito diferentes que são complementares e enriquecedoras”, explicou o padre Carlos Cabecinhas.
Iniciado em janeiro, o ciclo de conferências tem estado a ser acolhido pela Basílica de Nossa Senhora do Rosário, em Fátima.
Depois da irmã Marta Heleno, das Escravas do Sagrado Coração de Jesus, ter falado sobre a condição de Maria enquanto “Mãe” e dos professores Américo Pereira e Juan Ambrósio terem abordado, respetivamente, as questões do sofrimento humano e do sacrifício de Cristo, Teresa Messias, também docente da UCP, refletiu sobre a dimensão do pecado
Segundo a teóloga, hoje há a tendência para “fugir” à noção de pecado e a substituí-la por termos como “fragilidade, simples desordem ou infração de uma lei”, quando o significado de pecado “vai muito além disso”.
“O pecado faz parte da revelação cristã e só Deus revela o pecado”, salientou a docente da Faculdade de Teologia da UCP, frisando ainda que se trata de uma realidade da qual ninguém consegue sair “pelas suas próprias forças”, todos precisam de “um redentor, de um salvador”.
Para aquela investigadora, esta ideia reforça a responsabilidade da mensagem cristã enquanto instrumento de “transformação” da sociedade.
“Não basta a boa vontade, o voluntarismo, a consciência reta, que é muito importante, há um nível de pecado onde só o amor infinito de Deus nos salva, e isto tem que ser dito”, por “mais difícil” que seja, conclui Teresa Messias.
O ciclo de conferências vai terminar dia 13 de abril, com o padre Nélio Pita, pároco de São Tomás de Aquino (Lisboa) que aborda o tema “Quereis oferecer-vos a Deus?”.
HM/JCP