Fátima: Peregrinação Nacional Salesiana trouxe «desejo de liberdade de ensino em Portugal»

Arcebispo de Évora presidiu à peregrinação e lembrou exemplo do fundador São João Bosco

Foto: Santuário de Fátima

Fátima, 20 mai 2019 (Ecclesia) – D. Francisco Senra Coelho, arcebispo de Évora, presidiu este domingo à Peregrinação Nacional da Família Salesiana ao Santuário de Fátima e desejou a “conquista da integral liberdade do ensino em Portugal”.

O responsável recordou “todos os que “desejam e trabalham pela conquista da integral liberdade do ensino em Portugal”, e que “só é livre quem pode escolher, e só pode escolher quem tem meios que tornem possível e acessível as suas escolhas”.

Na Peregrinação Nacional da Família Salesiana ao Santuário de Fátima, sob o tema “Com Maria, santidade é alegria”, D. Francisco Senra Coelho citou o exemplo do fundador São João Bosco.

“Íntegro e abnegado testemunho sacerdotal” de São João Bosco como exemplo de quem soube “amar, defender, promover e dar a vida pelas crianças, adolescentes e jovens mais pobres”.

“Eis irmãos e irmãs a nossa vocação: viver e testemunhar o amor que o mandamento de Jesus nos transmite; amar cada ser humano e o mundo criado por Deus com o próprio amor com que somos amados por Ele, o qual experimentámos, muitas vezes, na delicadeza da Sua misericórdia e na ternura da Sua presença eucarística”, referiu.

Já à margem da celebração da Missa, o prelado, disse que “a pedagogia e os valores vividos e convividos nas Escolas de D. Bosco, não são desde a sua origem, elitistas, mas bem pelo contrário, desejadamente acessíveis a todas as periferias sociais e existenciais”.

“São, por isso, um direito de opção para todos os pais e educadores, para todos as crianças, adolescentes e jovens que tenham o gosto de querer optar livremente por uma Escola Pública Salesiana ou de outro carisma educativo”, apontou ao semanário da Arquidiocese de Évora.

“O que se impõe em Portugal é uma lamentável reminiscência de mentalidades e ideologias totalitaristas, ainda que residuais. Estas, impositivamente, e em nome da acessibilidade de todos ao ensino público, e do equilíbrio de contas, continuam a fazer dos nossos filhos e netos, dos discentes, propriedade duma educação exclusivista e monolítica, totalmente conduzida pelo Estado”, referiu.

O arcebispo de Évora criticou ainda “que o “slogan” do dito “ensino livre em Portugal” não se torne de facto realidade” e persista o “protecionismo exclusivista estatal e a subtil e gradual liquidação do ensino público de iniciativa privada, que continua a ser apresentado como luxo para privilegiados, quando pelo contrário, sai mais barato ao Estado”.

“Não duvidemos que se trata de um empobrecimento da sociedade que nos vem pela limitação da pluralidade; uma mutilação da nossa cidadania pelas limitadíssimas capacidades de escolha por parte dos educadores e até um sinal de subdesenvolvimento, numa Europa e numa globalização onde as iniciativas e empreendedorismos dos cidadãos expressam e apontam cada vez mais o futuro”, disse o prelado

“Eis, para nós cidadãos católicos, um desafio concreto, o conhecimento dos conteúdos, estudo e aprofundamento da Doutrina Social da Igreja, nomeadamente sobre a Liberdade de Ensino. Importa alicerçar as nossas opiniões para termos um sentido crítico objectivo…”, concluiu D. Francisco Senra Coelho.

SN

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