Fátima: Papa associou-se a peregrinação europeia de pessoas surdas

Mensagem sublinha que «presença de Deus se sente mais com a fé do que com os ouvidos»

Foto: Santuário de Fátima

Fátima, 29 set 2024 (Ecclesia) – O Papa associou-se hoje à II Peregrinação Europeia de Pessoas Surdas, que se realiza no Santuário de Fátima, reunindo cerca de 400 pessoas de várias nacionalidades.

“O Santo Padre está-lhes muito grato porque ensinam a conviver com as próprias fragilidades e lembram que a presença de Deus se sente mais com a fé do que com os ouvidos”, refere o texto, enviado através do secretário de Estado do Vaticano.

A mensagem foi lida pelo padre Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário de Fátima, no início da Missa dominical, no recinto de oração da Cova da Iria.

“Francisco saúda os participantes na II peregrinação europeia de pessoas surdas, sobre quem invoca a abundância dos favores divinos, para que se tornem cada vez mais conscientes do dom que são na Igreja e no mundo”, refere.

O Papa destaca que o santuário é “uma casa sem portas”, onde a Virgem Maria se apresenta como “uma mãe de todos e se alegra quando cada um, ao pé dela, reconhece que é o amor de Deus a fazê-lo único e imprescindível nos desígnios celestes para o progresso dos povos”.

Foto: Santuário de Fátima

A II Peregrinação Europeia de Pessoas Surdas é organizada pelos Católicos Surdos da Europa e conta com o apoio do Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência, da Conferência Episcopal Portuguesa, e do Santuário de Fátima, que há cerca de uma década organiza a Peregrinação da Comunidade Surda portuguesa à Cova da Iria.

D. Joaquim Dionísio, bispo auxiliar do Porto, que presidiu à Eucaristia dominical no recinto de oração, apresentou na sua homilia a Igreja como “uma casa aberta e acolhedora”.

O responsável saudou ainda os participantes na Peregrinação Nacional do Rosário e da Família Dominicana, marcada pelo “convite à oração”, tendo em vista o Jubileu de 2025, convocado pelo Papa Francisco.

Para D. Joaquim Dionísio, é necessário reencontrar o “desejo” de rezar, diante de Deus, e “repensar e reforçar opções e práticas”, de forma comunitária, pessoal e familiar.

“Rezar não dispensa de agir”, acrescentou.

A homilia evocou os “excluídos e esquecidos” da sociedade, as muitas pessoas que perderam a fé e a esperança, ao longo da sua vida.

A II Peregrinação Europeia de Pessoas Surdas termina esta tarde; no decorrer dos últimos três dias de peregrinação, os participantes “conheceram de perto os espaços do Santuário e a Mensagem de Fátima, num encontro que serviu para rezar e solidificar a comunidade”, disse o presidente da organização Católicos Surdos da Europa, Miguel Garcia, citado pela página oficial do santuário.

OC

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