Fátima: Instituto Missionário da Consolata assinalou 75 de presença em Portugal no local onde «tudo começou»

Milhares de membros dos vários ramos da congregação espalhados pelo país peregrinaram à Cova da Iria para um dia de festa e de oração

Fátima, 16 fev 2019 (Ecclesia) – O Instituto Missionário da Consolata (IMC) em Portugal promoveu hoje uma peregrinação nacional ao Santuário de Fátima, englobada na comemoração dos 75 anos de presença da congregação no país, que envolveu a participação numa via-sacra de ‘ação de graças’ aos Valinhos.

No acolhimento aos milhares de membros da Família da Consolata que acorreram à Cova da Iria, o superior provincial do IMC realçou a relevância de assinalar esses 75 anos no local onde “tudo começou”, em termos da caminhada do Instituto em território português.

“Queremos dar este caráter muito familiar e celebrar junto com a comunidade, não só com os padres e com as irmãs, mas também com os vários grupos que vivem connosco, que nos acompanham, que nasceram também por meio do apostolado dos nossos missionários, que viveram e passaram por aqui ao longo dos 75 anos”, disse o padre Eugénio Butti, em declarações à Agência ECCLESIA.

O Instituto Missionário da Consolata chegou a Portugal pela mão do padre João De Marchi, que veio para Fátima em 1943 e aqui abriu um ano mais tarde o primeiro seminário da congregação.

Entre o primeiro grupo de seminaristas que tomaram parte no desenvolvimento dessa semente plantada há 75 anos esteve o padre Aventino Oliveira, hoje com 86 anos e que também marcou presença este sábado na peregrinação da Família da Consolata.

Para aquele sacerdote, o IMC tem apostado sobretudo no cuidado com o “humano”, com o bem-comum, com resposta às carências dos povos, e só depois de garantida essa faceta, com a “evangelização”.

“De Marchi, com quem convivi muito em Portugal e depois nos Estados Unidos da América, dizia por exemplo que tínhamos de pensar na formação humana e dar tudo o que é possível, especialmente aos pobres”, recorda o padre Aventino Oliveira, que perspetiva um futuro na mesma linha, apesar das “nuvens” que também existem no horizonte da congregação e da sociedade em geral.

Foto Agência ECCLESIA / JCP, O superior provincial do Instituto Missionário da Consolata, padre Eugénio Butti, ladeado pelos sacerdotes Jaime Marques (esquerda) e Aventino Oliveira (direita), que integraram primeiro grupo de seminaristas da congregação em Portugal

“Hoje há nuvens, mas nós acreditamos que a semente vem de Deus, não é simplesmente uma coisa humana, portanto haveremos de ter soluções para aquelas que são as dificuldades de hoje, no campo religioso, no campo político, no campo psicológico e humano”, sustentou.

Em Fátima, este sábado, acorreram grupos de todo o país ligados aos vários ramos do IMC, desde sacerdotes, religiosos e religiosas, movimentos laicais, antigos alunos, amigos e benfeitores.

Um dos principais desafios com que o IMC hoje se debate é o da afirmação da “dimensão missionária” na sociedade, algo que o superior provincial da congregação espera ver reforçado com base no Ano Missionário que está em curso, por iniciativa da Conferência Episcopal Portuguesa.

“Os nossos bispos não se contentaram em celebrar somente um mês missionário especial, no próximo mês de outubro, mas quiseram estender este tempo ao longo de todo este ano”, realça o padre Eugénio Butti, que destacou a necessidade de levar esta mensagem também aos membros da Família da Consolata.

“Para que eles possam redescobrir a sua vocação cristã e, dentro desta vocação, também a dimensão missionária, a responsabilidade de anunciar o Evangelho de todos. Isto não se trata apenas de uma missão do Papa, dos bispos, dos sacerdotes, dos missionários e das congregações missionárias, mas é de todo o povo de Deus”, apontou o padre Eugénio Butti.

Outro desafio, que é comum “a todas as congregações e dioceses, na Europa de uma maneira especial”, é “a falta de vocações”.

“Muitos de nós já temos uma certa idade, alguns com doenças, o peso da idade começa a existir. Nós estamos a passar um momento de aridez vocacional, mas temos fé porque no barco está alguém mais interessado do que nós para que a rede continue a ser lançada”, completou o superior provincial do IMC em Portugal.

Em Portugal, os Missionários da Consolata começaram por centrar a sua atividade na animação missionária e vocacional, e no acolhimento e formação de candidatos ao sacerdócio e à vida religiosa.

Atualmente, o trabalho da congregação estende-se por um conjunto diversificado de áreas, desde a “pastoral missionária nas paróquias”; a evangelização, em especial “dos mais pobres e das minorias”; a pastoral juvenil, na formação dos mais novos, na “proposta da vocação à vida consagrada e ao laicado missionário”.

O Instituto Missionário da Consolata está envolvido também “na promoção da justiça e da solidariedade”, através da concretização de “projetos missionários e de causas humanitárias mundiais”.

Destaque também para a presença em setores como a comunicação social, “dando a conhecer e apoiando a atividade missionária através da revista ‘Fátima Missionária’ e dos sites do Instituto”; na cultura, “através do Consolata Museu de Arte Sacra e Etnologia”, e no Turismo religioso, “acolhendo peregrinos de Fátima e apoiando causas missionárias”.

JCP

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