Ser voluntário no «maior evento de caráter religioso do país» é «desafio humano e emocional»
Lisboa, 09 mai 2011 (Ecclesia) – Meio milhar de elementos da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), distribuídos por 53 postos de assistência, estão envolvidos no apoio aos peregrinos que se dirigem ao Santuário de Fátima para as celebrações de 12 e 13 de maio.
A operação inclui apoio médico, enfermagem, primeiros socorros, evacuação pré-hospitalar, fisioterapia e massagens, podologia, suporte psicológico, distribuição de água e reforços energéticos, confeção de refeições, além de preparação de dormidas e banhos nos locais de descanso e pernoita.
A resposta ao “maior evento de caráter religioso do país” vai mobilizar 34 das 170 delegações da Cruz Vermelha entre 30 de abril e 13 de maio, refere António Sousa, da CVP, em entrevista ao programa ECCLESIA na Antena 1 que vai hoje para o ar a partir das 22h47.
“A grande maioria dos recursos humanos presentes nesta operação é constituída por voluntários que, por iniciativa própria e de forma desinteressada, investem o seu tempo no auxílio aos que mais necessitam”, assinala o coordenador para a emergência da Cruz Vermelha nos distritos de Lisboa, Santarém, Portalegre e Évora.
Na operação homóloga de 2010 a CVP prestou apoio a 50 mil pessoas nos itinerários que conduzem a Fátima, sem contar com o apoio oferecido na cidade a 12 e 13 de maio, onde o atendimento é mais intenso devido ao cansaço dos peregrinos.
“Ser voluntário é um desafio humano e emocional”, sublinha o responsável, acrescentando que se torna “extenuante responder a todas as necessidades”, sobretudo nos postos abertos 24 horas por dia.
A operação, que começa a ser preparada no início do ano, abrange a organização dos recursos disponibilizados pelas delegações da Cruz Vermelha e o pedido às empresas para cedência gratuita de bens como material médico e géneros alimentares.
Os postos de assistência, cuja localização está disponível no site da CVP, permitindo aos peregrinos calcular antecipadamente as suas escalas, abrem no período de maior afluxo de peregrinos, e não durante toda a operação.
A ação no terreno inicia-se com a abertura das instalações de apoio mais afastadas de Fátima, concluindo-se com a “assistência médica e sanitária” prestada a 12 e 13 de maio em três pontos da cidade.
A intervenção, coordenada com os Comandos Distritais de Operação de Socorro, o Instituto Nacional de Emergência Médica e o Santuário, conta com a colaboração de outros organismos, como o Movimento da Mensagem de Fátima.
A delegação de Coimbra desta instituição católica, em parceria com a Caritas e a Associação Católica dos Enfermeiros e Profissionais de Saúde, montou postos de assistência na diocese entre 6 e 12 de maio.
A peregrinação de maio ao santuário mariano assinala a primeira de seis aparições da Virgem Maria, mãe de Jesus, que ocorreram na Cova da Iria entre maio e outubro de 1917, segundo o testemunho das crianças Francisco Marto, Jacinta Marto (beatificadas em 2000) e Lúcia dos Santos, conhecidas como Pastorinhos de Fátima.
Os bispos de Portugal determinaram que a peregrinação deste ano vai também ter como objetivo a evocação da beatificação do Papa João Paulo II, ocorrida a 1 de maio no Vaticano.
A CVP, fundada em 1865 sob a designação de ‘Comissão Provisória para Socorros e Feridos e Doentes em Tempo de Guerra’, integra a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.
PRE/RM