Fátima ajuda crianças deficientes e suas mães

40 pessoas deram vida ao primeiro turno do Programa «Férias para Mães de Deficientes» promovido pelo Movimento da Mensagem de Fátima e pelas Irmãs Silenciosas Operárias da Cruz, em parceria com o Santuário de Fátima. A proposta da semana compreende actividades para os jovens com deficiência e outras propostas para os pais que acompanham os seus filhos durante os sete dias. Os pais têm assim a possibilidade de partilharem e em conjunto “fazerem uma caminhada com outros que se encontram na mesma situação é muito positivo”, sublinha à Agência ECCLESIA a Irmã Ana Maria Cipriano, das Silenciosas Operárias da Cruz, relembrando o dia de chegada quando todos “achavam ser os únicos a sentir o problema”. Um contacto e uma partilha que esta semana diferente pretende oferecer: descanso e novidade para quem, durante o ano, a vida traz trabalhos dobrados. Uma semana volvida e “a partilha foi de uma enorme riqueza”, havendo relatos de pais que afirmaram sentir que “os filhos foram tratados como pessoas”. Uma surpresa para os pais que pela primeira vez participaram nesta iniciativa. “Pensavam que seria uma semana fechada em casa, mas perceberam que havia dinamismo”, aponta a religiosa. Idas à praia, visitas à casa dos pastorinhos, visitas guiadas a Aljustrel, aos Valinhos e ao Santuário são propostas variadas que preenchem os dias dos participantes. A participação dos pais “é muito importante”, resultando no reconhecimento das “capacidades dos seus próprios filhos”, aponta a Ir. Ana Maria. Existe a possibilidade de também os pais terem um semana de férias, estando o acompanhamento e o cuidado dos seus filhos totalmente assegurado. No entanto, a religiosa frisa que “as férias em conjunto representam muito para os filhos, é uma experiência de crescimento para ambos”. Gera-se inclusivamente um grande contacto entre jovens que não se conhecendo provêem da mesma área geográfica. “Trocam-se contactos e estimulam-se relações”, aponta a Ir. Ana Maria, acrescentando que “não é uma semana solta”. Os cerca de 19 jovens presentes na primeira semana apresentavam limitações mentais, autismo, dificuldades na aprendizagem, “alguns não falam”, havendo ainda “um ou outro caso de doença psiquiátrica”. Nesse sentido as actividades oferecidas necessitam de ser estimulantes. Cores, actividades de música, trabalhos de grupos para interagirem, sendo “a pintura uma das mais apreciadas”, explica a religiosa. Nova semana começou com cerca de 30 pessoas, com jovens entre os 8 e os 19 anos. O dia 19, com o novo grupo, não foi diferente da primeira semana. “Trazem alguns receios, a expectativa da novidade, a dificuldade uma vez que não se conhece ninguém”, conta a organizadora. Mas se há oito dias atrás os sentimentos foram semelhantes, “estamos certos que no final, ninguém se vai querer ir embora”, garante a religiosa, havendo promessas de nova experiência para o ano. “Eles percebem o amor com que são tratados” e havendo empatia facilmente se quebram barreiras “impostas por vezes pelas dificuldades de comunicação”. A dimensão espiritual também não é descurada. No último dia da semana foi realizada uma adoração eucarística, “uma festa, na realidade, que todos apreciaram muito, tanto pais como filhos”. Uma tarefa exigente que se estende durante o mês de Agosto e que precisa de pessoas especializadas e disponíveis. As Irmãs Silenciosas Operárias da Cruz assumem esta tarefa a 100 % no Centro de Espiritualidade Francisco e Jacinta Marto, sendo auxiliadas por um diácono, um enfermeiro e também por jovens voluntários que frequentam cursos de enfermagem ou de serviço social. Maria de Quental está a participar pela segunda vez nesta iniciativa, não com a sua filha, “mas com uma criança que estou a criar”. A Joana, de 10 anos, é autista e “requer muito trabalho”, aponta. Por isso, o descanso mas principalmente a experiência “que se troca com os outros pais trouxe-me aqui”, revela, uma partilha que “nos ajuda muito”. O conhecimento, no ano passado, chegou-lhe através do pároco da sua freguesia em Figueiró dos Vinhos. O facto de a Joana não poder estar sozinha levou Maria de Quental a acompanhá-la novamente. “Para a criança o contacto com outros foi muito bom”, aponta, recordando pais que está a encontrar novamente. Os pedidos de participação são muitos, a semana passa também muito rápido, aponta a Ir. Ana Maria. “Alguns tiveram de ficar em casa porque não tínhamos possibilidade de dar resposta a todos”, explica, acrescentando estarem a avaliar a melhor forma de prolongar esta experiência – “quem sabe estender a experiência nas férias de Natal e Páscoa, durante o ano”. Uma situação a avaliar conjuntamente com o Santuário de Fátima, dinamizador da iniciativa, “sem esquecer que queremos dar um tempo com qualidade”, sublinha.

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