Família: Papa critica «conceção redutora» do matrimónio

Desafios resultantes do «secularismo e relativismo» marcaram audiência de Francisco com bispos da Estónia e Letónia

Cidade do Vaticano, 11 jun 2015 (Ecclesia) – O Papa falou hoje sobre o perigo de uma sociedade fechada à voz de Deus e aos seus valores, sobretudo as novas gerações, durante um encontro com bispos da Estónia e da Letónia, que estão de visita 'ad limina' a Roma.

Segundo o gabinete de informação da Santa Sé, Francisco disse aos responsáveis católicos daquelas duas antigas repúblicas da União Soviética que depois da ameaça dos “regimes fundados nas ideologias contrárias à dignidade e liberdade humana”, hoje a Igreja Católica da região depara-se com outros desafios “perigosos, como o secularismo e o relativismo”.

Garantindo que os referidos bispos “não estão sozinhos” no seu esforço de “nova evangelização”, o Papa argentino convidou-os a trabalharem com os seus sacerdotes na promoção da “família como dom de Deus” e na busca de uma“pastoral vocacional ativa”, que “consciencialize famílias, paróquias e toda a comunidade cristã” na busca de novas vocações.

Hoje o matrimónio é muitas vezes considerado uma forma de gratificação afetiva que se pode constituir de qualquer forma e se modificar segundo a sensibilidade de cada um. Infelizmente, essa conceção redutora influi também na mentalidade dos cristãos, provocando a facilidade em recorrer ao divórcio e à separação”, apontou Francisco.

Sobre a questão das vocações, frisou a necessidade de trabalhar para que mais jovens “se coloquem à disposição do chamamento de Deus”.

No seu encontro com os prelados da Europa de Leste, Francisco incentivou-os ainda a cuidar bem da formação dos sacerdotes”, quer ao nível “teologal e eclesial” quer no plano da “maturidade humana”, para que eles sejam capazes de “discernir a realidade do mundo” atual.

Destacou o contributo “indispensável” que muitos leigos dão à Igreja Católica e o papel que os consagrados desempenham no “crescimento e no caminho das comunidades”.

“Especialmente neste Ano a eles dedicado é oportuno fazê-los entender que não são apreciados somente pelos serviços que prestam, mas pela riqueza intrínseca de seus carismas e seu testemunho, pois difundem em meio ao povo o perfume de Cristo, seguido na vida dos conselhos evangélicos”, sustentou o Papa.

Francisco pediu mesmo aos bispos para que não descurem o “apoio espiritual e material” às ordens religiosas, recordando o Ano da Vida Consagrada que está a decorrer.

RV/JCP 

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