Família: Dignidade humana «não vem por decreto» mas por filiação divina – Cardeal Peter Turkson

Presidente do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral falou no Encontro Internacional das Equipas de Nossa Senhora

Fátima, 18 jul 2018 (Ecclesia) – O cardeal Peter Turkson, presidente do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, disse esta manhã que a dignidade humana não existe por decreto de um tribunal ou pelo reconhecimento das Nações Unidas mas provém de uma filiação divina.

“Quando falamos de irmãos, não dizemos que um tem mais dignidade que o outro. A dignidade humana é comum. Não há seres humanos com maior ou menor dignidade, todos vimos do mesmo útero, temos todos a mesma dignidade”, assinalou o responsável no Encontro Internacional das Equipas de Nossa Senhora que decorrer no Santuário de Fátima.

“A nossa dignidade não vem das Nações Unidas mas porque fomos criados à imagem e semelhança de Deus e todos partilhamos a mesma dignidade”, sustentou, acrescentando que, partindo dessa “irmandade”, qualquer “crime que o homem cometa, nos afeta”.

“O facto de sermos diferentes não exclui a partilha da mesma dignidade. Quando alguém é morto diminuímos a nossa dignidade”, observou o presidente do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral da Santa Sé.

O responsável, durante a conferência «Ecologia humana: Fraternidade e Comunhão», quis encontrar as origens bíblicas da dignidade humana e percorreu alguns textos enunciando a “semelhança” a Deus.

Recordou o cardeal Turkson o caminho que a Igreja fez para chegar ao conceito de “ecologia humana”, proposto pelo Papa Francisco e que, afirma o responsável, conduz a ação do Dicastério a que preside.

Ao escrever a encíclica ‘Populorum progressio’, em 1967, após visitar a Índia e o Uganda, Paulo VI falou sobre “o desenvolvimento das pessoas”.

“João Paulo II retomou a ecologia e chamou a atenção para o facto de não ser só a natureza e o ambiente mas também o ser humano a ter sua ecologia”, propondo a ecologia humana; depois Bento XVI “juntou as duas expressões, ecologia humana e natureza, e afirmou que para um desenvolvimento o homem precisa de uma sociedade conveniente e aceitável. Falou em ecologia social”.

Foi o Papa Francisco, na súmula das reflexões anteriores, que “começou a falar de ecologia humana integral, desenvolvimento integral. Este novo dicastério trata disso tudo”.

“A encíclica Laudato Si representa o interesse da Igreja sobre a nossa consciência pelo ambiente e por tudo o que nos rodeia”.

Ambiente e ecologia humana “andam de mãos dadas”, indicou o cardeal Tuckson e na encíclica papal “as duas ecologias são juntas”.

O presidente do Dicastério sugeriu que Deus criou “primeiro” um jardim, “um local onde exercitamos o cuidado, o amor” e depois o ser humano.

O responsável criticou a sociedade que quer impor uma ideologia de género e que coloca na pessoa a escolha de ser homem ou mulher.

“O verdadeiro sentido da dignidade relaciona-se com Deus. A abertura a Deus é crucial para a natureza humana”, assinalou o responsável que acredita que o não respeito pela dignidade humana contraria a própria natureza e retira as “condições necessárias para o bem-estar do ser humano”.

O encontro Internacional das Equipas de Nossa Senhora, que reúne em Fátima participantes de 75 países, prossegue até ao dia 21, com conferências que podem ser acompanhadas online.

LS

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Agência ECCLESIA

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