Faltam catequistas na diocese do Algarve

Dificuldades financeiras limitam participação em acções de formação

O Algarve debate-se com falta de catequistas e alguns não têm recursos económicos para frequentar as acções de formação, diz a responsável pelo Sector de Catequese da diocese, irmã Alda Rego.

Em entrevista ao jornal “Folha do Domingo” na sequência do segundo módulo do curso de iniciação para catequistas, realizado a 27 e 28 de Novembro em Pêra, a coordenadora defendeu que a falta de voluntários para evangelizar está relacionada com a “perda do sentido de Deus”.

“Há falta de motivação”, constatou a responsável, acrescentando que é preciso “apostar muito nas famílias jovens”, dado que “muita da nossa acção perde-se” por não haver apoio familiar.

“Quando a paróquia não tem os catequistas de que precisa, faça um exame de consciência e pergunte-se qual o seu grau de fé”, questionou a religiosa.

A coordenadora lamentou que haja catequistas a acompanhar dois ou três grupos: “É impossível” preparar semanalmente três catequeses, porque embora os conteúdos sejam transmitidos “não há encontro com a pessoa de Jesus”.

Os catequistas mais dedicados “são pessoas muito ocupadas, que têm vida familiar e profissional muito preenchida e que até não têm grandes possibilidades económicas”, explicou a irmã Alda Rego.

Não obstante as dificuldades financeiras de alguns dos 42 participantes neste curso – “as paróquias é que deveriam assumir tudo porque os catequistas estão ao seu serviço” – a religiosa destacou a sua “vontade enorme de caminhar, aprofundar a fé e comunicá-la aos outros”.

O módulo privilegiou a vertente prática, com experimentação de catequese activa e abordagem às dinâmicas de todos os catecismos: “As pessoas hoje precisam de coisas muito concretas porque estão cansadas de teoria e querem ver como é que se faz”, justificou a Alda Rego.

A formação, no entanto, fica aquém das necessidades: “O ideal era seguirmos depois para o Curso Geral. Há muita gente que fica só com a Iniciação, e é pouco porque os catecismos exigem muito”.

Para fazer face às dificuldades financeiras e ao facto de a participação exigir aos catequistas que deixem as famílias durante dois dias, a diocese pondera a possibilidade de passar a fazer os cursos por vigararias, terminando-os no fim da tarde de cada dia, tornando mais fácil o regresso a casa e evitando custos com a estadia e refeição.

Samuel Mendonça / Agência ECCLESIA

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