Falta cooperação com o Estado na área da saúde

Termina no Funchal IX Congresso da União das Misericórdias A procura de novas respostas em tempo de crise conduziu a reflexão do IX Congresso Nacional da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), que este Sábado terminou no Funchal e juntou cerca de 500 pessoas.

Durante três dias foram dadas a conhecer "experiências piloto" e procurou-se "reflectir em conjunto", adianta à Agência ECCLESIA, Manuel Lemos, Presidente da UMP, para que o aumento dos pedidos de ajuda "tenham efectivamente respostas".

O Presidente da UMP lembra que os "valores no cristianismo conduz a nossa forma de agir", sublinhando o dever "de os preservar".

Manuel Lemos aponta que algumas Misericórdias estão a lidar com dificuldades, numa altura em que a procura é maior. "As Misericórdias existem para responder às necessidades das pessoas, por isso a procura é positiva. Torna-se negativa se não pudermos responder às necessidades", frisa.

O Congresso das Misericórdias quis ainda "chamar o Estado à sua responsabilidade" uma vez que "lhe cabe por dever constitucional, assegurar o funcionamento de instituições que ajudam nas respostas aos mais necessitados".

A cooperação entre o Estado e as Misericórdias na área da educação e da saúde "é mais difícil", aponta.

O Presidente da UMP afirma ter sido intenção "convidar um diverso painel para o congresso", para "perceberem o que fazemos, como fazemos e saberem a nossa disponibilidade". Manuel Lemos alerta "não ser uma questão monetária" mas de exigir "flexibilidade para ajudar os que mais precisam".

"Se pudéssemos evitar desperdícios, encontrar soluções simples, será sempre mais barato ajudar".

Presente no Congresso da UMP, a ministra da saúde, Ana Jorge, enalteceu o trabalho das Misericórdias, afirmando serem "um parceiro importante", no entanto rejeitou que a acusação feita pela UMP de que o Estado não está a encaminhar os doentes, que integram a Rede de Cuidados Continuados, para aquelas unidades, pois "a rede, apesar de já ter dois anos, está ainda a organizar-se".

Manuel Lemos afirma que as palavras da Ministra da Saúde têm de "passar disso mesmo".

"Sermos parceiros importantes tem de ser reconhecido, rapidamente, na prática".

A Rede de Cuidados Continuados, que o executivo socialista lançou, "pode estar a ser posta em causa devido a circunstâncias menores, mas que juntas, podem inviabilizar o funcionamento da rede", alerta Manuel Lemos.

"Não está em causa uma decisão política, mas a optimização dos serviços", sublinha o Presidente da UMP, que adianta ainda "não pode tarde, sob o risco de inviabilizar as respostas das Misericórdias na Rede".

As Misericórdias lamentam "as camas vazias e a ocupação deficiente". Manuel Lemos adianta que a UMP são apoiadas pelo Estado mediante as respostas que dão, "se não as damos, não recebemos".

"O Estado exige que as Misericórdias tenham os recursos humanos e técnicos suficientes, mas também é necessário que aproveite as respostas que existem". Segundo o Presidente da UMP não faltam doentes, "infelizmente", falta respeitar "o princípio da subsidiariedade".

Manuel Lemos aponta a incapacidade dos serviços do Estado, "e às vezes má vontade histórica", não "uma questão política".

O IX Congresso da UMP quis procurar respostas para inovar "não só em tempo de crise", mas procurar "inovar", usando as "novas tecnologias e tornando-nos mais eficazes".

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