Francisco uniu-se à exposição internacional através de videomensagem em defesa de quem mais sofre
Milão, Itália, 01 mai 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco uniu-se hoje à cerimónia de abertura da ‘Expo 2015’, em Milão, com uma videomensagem em que se assumiu como a voz de “tantos pobres” que procuram ganhar o pão e dos que passam fome.
“Penso em tantos homens e mulheres que sofrem de fome, especialmente na multidão de crianças que morrem de fome no mundo”, declarou.
Francisco evocou os “rostos de milhões de pessoas” com fome, que não vão comer de forma digna do ser humano.
“Gostaria que cada pessoa – a partir de hoje -, que cada pessoa que passe a visitar a Expo de Milão, atravessando esses maravilhosos pavilhões, possa aperceber-se da presença desses rostos. Uma presença escondida, mas que na realidade deve ser a verdadeira protagonista do evento”, defendeu.
O Papa recordou os “rostos” das pessoas que passam fome, adoecem e “acabam por morrer” por causa de uma má alimentação.
“A Expo é uma ocasião propícia para globalizar a solidariedade: tentemos não a desperdiçar, mas valoriza-la plenamente”, apelou.
A intervenção elogiou a escolha do tema da exposição universal, que se prolonga até outubro: “Alimentar o planeta, energia para a vida”.
Francisco citou São João Paulo II para falar do “paradoxo da abundância” que gerou uma “cultura do desperdício, do descarte e não contribui para um modelo de desenvolvimento equitativo e sustentável”.
“Façamos com que esta Expo seja uma oportunidade de mudança de mentalidade, para deixar de pensar que as nossas ações quotidianas não têm um impacto na vida de quem, próximo ou distante, sofre com fome”, pediu.
O Papa assinalou que esta iniciativa vai permitir reunir investigadores e trabalhadores do setor alimentar, além de empresários e comerciantes, num “grande projeto de solidariedade” que permita “alimentar o planeta com respeito por cada homem e mulher”.
“Que nenhum pão seja fruto de um trabalho indigno do homem”, exigiu.
A Expo Milão 2015 foi aberta ao público no meio de protestos e confrontos violentos entre manifestantes e polícia.
Espera-se que cerca de 20 milhões de pessoas visitem o espaço de mais de 1 milhão de metros quadrados, com pavilhões de mais de 50 países.
OC