Évora: Arcebispo fala em situação «crítica»

D. José Alves alerta para aumento dos pedidos de ajuda que chegam às instituições católicas

Évora, 07 mai 2013 (ECCLESIA) – O arcebispo de Évora disse hoje que o Interior de Portugal está a viver uma situação “crítica” e alertou para o aumento dos pedidos de ajuda que chegam às instituições católicas de solidariedade.

“O interior do país está a atravessar uma situação muito crítica e a evoluir num sentido negativo”, afirmou D. José Alves, num encontro com jornalistas a respeito do 47º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que a Igreja Católica vai celebrar no domingo.

Segundo este responsável, o número de pessoas que “batem à porta” em busca de ajuda tem crescido “diariamente”.

“Nós não temos resposta para todos os problemas”, admitiu D. José Alves, que elogiou a ação da Cáritas, em particular, no que diz respeito à “alimentação, vestuário, despesas de água e luz”.

O arcebispo de Évora deu como exemplo as famílias que “têm de entregar a sua casa” aos bancos porque estão sem dinheiro para pagar a prestação mensal.

“As pessoas que batem à porta são pessoas que há algum tempo não tinham necessidade disso, porque tinham o seu emprego e vencimento mensal”, precisou o prelado.

Para D. José Alves, aqueles que perderam “há pouco tempo” os seus rendimentos representam também uma “preocupação muito grande” e nova para os responsáveis católicos.

O prelado, antigo bispo de Portalegre-Castelo Branco, falou em “desertificação social”, sem renovação de gerações, porque “a natalidade baixou” e também pela falta de “hipóteses” para encontrar trabalho, por parte das novas gerações.

“Isso traz consigo outra consequência, que é o envelhecimento da população”, acrescentou, em depoimento registado pelo Departamento de Comunicação Social da Arquidiocese de Évora.

O arcebispo defendeu que “as políticas de austeridade que têm estado a ser seguidas não favorecem esta gente”.

D. José Alves confessou que estes dois aspetos o preocupam “muito”, lembrando que as reformas das pessoas idosas são “baixíssimas”, o que acarreta efeitos “muito negativos” já visíveis nas Instituições de Solidariedade.

“Sigo com muita preocupação a situação que estamos a viver”, conclui.

OC

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