Évora: Arcebispo apela à defesa de «valores fundamentais da liberdade de ensino e objeção de consciência»

D. Francisco Senra Coelho lamenta encerramento de estabelecimentos de «ensino público de organização privada»

Foto: Externato Oratório de S. José

Évora, 19 out 2020 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora manifestou “apreço e reconhecimento eclesial” a todos os “incansáveis e corajosos” educadores cristãos desta Igreja e destacou que “existem ainda três colégios de ensino público e de iniciativa privada” na arquidiocese, lamentando a sua diminuição.

“Para a coragem destes três colégios ainda vivos que prosseguem a sua missão na defesa da liberdade de ensino e de serviço público às famílias que o desejem, convido todos os cristãos a permanecermos em oração e compromisso da defesa dos valores fundamentais da liberdade de ensino e objeção de consciência”, escreveu D. Francisco Senra Coelho no artigo sobre dedicado à ‘Semana Nacional da Educação Cristã’ 2020.

Num texto enviado hoje à Agência ECCLESIA, pelo Departamento de Comunicação da arquidiocese, o arcebispo informa que os três colégios de “ensino público e de iniciativa privada” que existem são o Colégio Laura Vicuña, em Vendas Novas, o Colégio Luso-britânico, em Elvas, e o Externato Oratório de S. José, em Évora.

D. Francisco Senra Coelho recorda que “num passado recente” era “muito maior” o número destas instituições de ensino que, “apesar da sua excelente qualidade e do apreço das famílias, foram sendo encerrados por crescentes pressões e dificuldades”.

“Fruto de esquemas ideológicos eivados de princípios, segundo os quais se pretende que a escola deva ser exclusivamente estatal e os programas de índole materialista conduzidos pela ideologia de ‘género’, nomeadamente na programação da disciplina ‘Cidadania e desenvolvimento’”, sustentou.

O arcebispo de Évora observa que, “de modo lento, progressivo, mas eficaz”, o ensino público, de organização privada, “foi-se extinguindo” até ao contexto atual de “um ensino quase exclusivamente estatal e monolítico”, com as novas gerações, “os filhos e netos, passaram a ser menos da família e mais do Estado”.

Neste contexto, alerta para um “retrocesso das liberdades fundamentais”, na escolha livre do ensino por parte dos encarregados de educação e ainda “uma constatação de cariz totalitário crescente”.

“Percebe-se, claramente, que as conceções económicas das minorias ao partido dominante que pretende fazer passar os seus orçamentos de Estado, são pagas na área dos valores, muito especialmente do ensino, bem como nas questões éticas fraturantes que dividem a opinião pública e geram fraturas graves na unidade de um povo de cerca de dez milhões de pessoas, esquecendo-nos nós, que perante as grandes dificuldades que atravessamos”, desenvolveu D. Francisco Senra Coelho.

No contexto da Semana Nacional da Educação Cristã, que começou este domingo e pelo início de novo ano pastoral e escolar 2020/2021, o arcebispo de Évora manifesta “uma palavra de apreço e reconhecimento eclesial” a todos os “incansáveis e corajosos educadores cristãos”.

“Recordo a obra da catequese, os colégios católicos, as IPSS dedicadas às crianças, adolescentes e jovens a pastoral e os movimentos eclesiais juvenis, a Pastoral Universitária, os professores de Religião e Moral Católica, todos os colaboradores ao serviço desta missão, para todos a certeza da minha comunhão, apreço e gratidão”, acrescenta D. Francisco Senra Coelho.

A Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF) publicou a nota pastoral ‘Fortalecer e Apoiar a Família, Igreja Doméstica’ para a Semana Nacional de Educação Cristã 2020 e o arcebispo de Évora pede que “todas as comunidades cristãs vivam esta semana com atenção ao desafio” desse tema.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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