Évora: Arcebispo anuncia novas comissões dedicadas aos menores e à «Justiça e Paz»

D. Francisco Senra Coelho está a preparar triénio dedicado à «esperança»

Évora, 29 mai 2019 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora anunciou hoje que vai criar duas novas comissões arquidiocesanas, uma que vai fazer “a promoção, a defesa, a segurança dos menores” e outra dedicada à justiça e paz.

D. Francisco Senra Coelho explicou em conferência de imprensa que, quando publicar as nomeações para “os diversos serviços” do novo ano pastoral 2019/2020, fará também a apresentação da nova comissão de “promoção, defesa” e “segurança dos menores”.

“Estamos com esquema elaborado e a pensar em nomes de pessoas”, acrescentou, destacando que “nunca” houve “nenhuma acusação, não existe nenhuma queixa” de abusos à arquidiocese.

O arcebispo de Évora destacou a importância de uma “cultura de segurança” e disse que a nova comissão vai ter uma “função ampla”, “mais do que gestora de crise, de investigação”, atuando “em colaboração com as forças de segurança, com o Ministério Público”.

D. Francisco Senra Coelho deu como exemplo o projeto que o Corpo nacional de Escutas – CNE tem de escutismo “seguro” e que precisam de “implementar em todos os serviços que com crianças”.

Para o próximo ano pastoral, o arcebispo divulgou também que está a preparar a Comissão Arquidiocesana da Justiça e da Paz que vai fazer uma “análise detalhada dos mais urgentes problemas da região”.

“Um grupo que vai olhar, julgar e pronunciar-se” sobre os “principais problemas socioculturais, humanos da arquidiocese”.

A partir do ano 2019/2020, e para os próximos três anos, o arcebispo vai propor à arquidiocese o tema da “esperança” – ‘Discípulo Missionário da Esperança’ – que vai terminar na Jornada Mundial da Juventude 2022, em Lisboa.

Vivemos um tempo carente de esperança. As novas gerações muitas vezes perguntam-se para que é que andam a fazer um curso, se vão ter emprego, trabalho, para que é que estão na universidade. Talvez a exagerar um pouco mas há gente a fazer licenciatura e a não ganhar ordenado mínimo, num emprego que nada tem a ver com formação universitária”.

O responsável defende a Igreja Católica “deve propor” o tema da esperança e vão começar por “perguntar como acolhem” as pessoas que “não são batizados, os que são recasados, os ateus, os agnósticos, os revoltados contra a Igreja, as novas gerações”.

O arcebispo de Évora adiantou também que vai começar as visitas pastorais à arquidiocese e tentar começar por Elvas, como o arcebispo emérito D. José Alves: “Vamos visitar a diocese toda, quero ir ao encontro de todas as pessoas que me queiram receber”.

Ao longo deste primeiro ano na diocese, D. Francisco Senra Coelho está a privilegiar o encontro com as pessoas em “todas as grandes romarias, em todas as grandes festas” e a visita as comunidades religiosas e instituições sociais.

“Em toda a parte me sinto bem-vindo, não tive nenhuma experiência negativa”, destacou o prelado, que entrou na diocese a 2 de setembro 2018.

Depois de quatro anos a viver em Braga, como bispo-auxiliar, D. Francisco Senra Coelho conta que encontrou no Alentejo, onde se formou como padre, uma “comunidade muito envelhecida”, um tecido social que “envelheceu bastante”.

“Problemas de envelhecimento da população, a desertificação de muitas localidades. Daqui a algum tempo as instituições não vão ter só falta de crianças, mas também de idosos; instituições com dificuldade de recrutamento de funcionários”, desenvolveu.

A nível eclesial, detetou “mais maturidade”, por exemplo, na Pastoral Universitária, com uma sede nova “e uma frequência significativa”, e nas visitas às paróquias, com “espaços repletos de gente, cheios”, com “muitos casais, famílias”.

“Uma maneira de estar em que a globalização também está a marcar a cultura”, realçou D. Francisco Senra Coelho, no encontro realizado com jornalistas no âmbito do Dia Mundial das Comunicações Sociais 2019, que este ano é celebrado a 2 de junho.

CB/OC

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