Organismo deixa críticas ao regresso do debate parlamentar em plena pandemia
Lisboa, 18 jun 2020 (Ecclesia) – A Federação Pela Vida (FPV) entregou esta quinta-feira, no Parlamento, cerca de 95 mil assinaturas para pedir um referendo sobre a eutanásia, mais 35 mil em relação ao exigido por lei.
“Infelizmente, alguns deputados consideram que a sua urgência para o país é a sua agenda ideológica e não enfrentar a crise que aí está”, disse aos jornalistas José Maria Seabra Duque, secretário do organismo.
O responsável lamenta o que diz ser a “obsessão de que a eutanásia seja sempre o tema mais urgente”.
As assinaturas superam o mínimo legal para que a Assembleia debata o projeto popular de referendo.
A pergunta a submeter a referendo é: “Concorda que matar outra pessoa a seu pedido ou ajudá-la a suicidar-se deve continuar a ser punível pela lei penal em quaisquer circunstâncias?”.
“Durante os anos que já leva este debate da eutanásia, foram ouvidos os especialistas e os especialistas disseram claramente que não. Relembro que todos os pareceres que foram pedidos a estes projetos de lei foram negativos”, sublinhou José Maria Seabra Duque, citado pela Renascença.
Os projetos de lei para a legalização da eutanásia foram aprovados na generalidade no Parlamento, em fevereiro, e estão nesta altura em fase de discussão na especialidade.
A iniciativa popular de referendo teve entre os seus mandatários nomes como Manuela Ramalho Eanes e Manuela Ferreira Leite; Manuel Braga da Cruz, antigo reitor da UCP; e Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa.
A lista incluiu vários médicos, como Laureano Santos, João Paulo Malta, Isabel Galriça Neto, Margarida Neto ou Walter Osswald, além de responsáveis da Federação Portuguesa pela Vida e outras organizações.
Luís Villas-Boas, pai da Emergência Infantil e do Refúgio Aboim Ascensão, e Fernando Soares Loja, da Aliança Evangélica Portuguesa, também estavam entre os mandatários.
OC