Uma centena de jovens, provenientes de 27 países e em representação de todas as religiões, estiveram reunidos esta semana em Assis (Itália) para assumir um compromisso inter-religioso, 20 anos depois do Encontro Mundial de Oração pela Paz, convocado por João Paulo II. Simbolicamente, a iniciativa concluiu-se esta manhã, no Vaticano, na audiência geral com Bento XVI. A iniciativa, promovida pela Santa Sé, lançou uma “Mensagem de paz” aos jovens de todo o mundo, procurando reviver o “espírito de Assis”. Os participantes deixaram claro que a riqueza de cada cultura e religião só pode ser partilhada por quem tem uma fé profundamente enraizada. Na cidade natal de São Francisco, os jovens reflectiram sobre uma oração sua, “Faz de mim um instrumento da tua paz”. O Cardeal Paul Poupard, presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso (CPDIR), disse aos jovens que todos experimentam uma sensação de “impotência e desespero” quando olham em redor e observam “violência e injustiça, morte e destruição em nome de Deus”. “É um escândalo para muitas pessoas”, alertou, lamentando que as religiões sejam “instrumentalizadas” por terroristas e fundamentalistas. O diálogo entre religiões não pode ser, por isso, um “passatempo”, mas um meio “indispensável” no mundo de hoje. O Secretário do CPDIR, Arcebispo Píer Luigi Celata, lembrou que “o respeito pela dignidade humana, em qualquer parte do mundo, é o ponto de partida para um confronto real entre culturas e religiões”. A 27 de Outubro de 1986, em Assis, João Paulo II convidou os líderes cristãos e das religiões mundiais a rezarem uns com os outros (já não – especificou – uns contra os outros) no monte de São Francisco. “Estamos aqui a agir como os arautos da consciência moral da humanidade como tal, humanidade que aspira à paz, que precisa de paz”, disse então. Notícias relacionadas • Papa lembra 20º aniversário do encontro de Assis