Especial: Corpo de Deus volta a ser celebrado com procissões e tapetes de flores pelas ruas de Portugal

Solenidade multiplica manifestações de devoção popular

Foto: C. M. Caminha

Lisboa, 15 jun 2022 (Ecclesia) – As dioceses católicas de Portugal vão celebrar esta quinta-feira a solenidade litúrgica do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, conhecida como Corpo de Deus, com o regresso de procissões e tapetes de flores às ruas do país.

Após dois anos de limitações, impostas pela pandemia, milhares de pessoas são esperadas nas várias celebrações e manifestações de devoção popular, num dia que é feriado nacional.

Em Santarém, a Procissão de Corpo de Deus “volta às ruas da cidade”, com a bênção com o Santíssimo Sacramento à chegada ao largo da Catedral, após a Missa da solenidade, que começa às 16h00, na Sé diocesana.

Uma nota da diocese pede a “participação e o envolvimento de todas” as paróquias, e a representação dos seus estandartes.

Já o jornal ‘Notícias de Beja’, semanário diocesano, informa que na cidade de Beja a organização da celebração da solenidade do Corpo de Deus é da Paróquia do Santíssimo Salvador, com Eucaristia, às 11h00; de tarde, decorre um momento de adoração ao Santíssimo, a partir das 15h30, seguindo-se a procissão Eucarística pelas ruas, pelas 17h30.

Na Diocese de Angra, o Corpo de Deus é celebrado com “maior entusiasmo” na Ouvidoria da Povoação, na ilha de São Miguel, este ano com a presença dos dois símbolos da Jornada Mundial da Juventude – a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora ‘Salus Populi Romani’ – que estão a peregrinar pelas nove ilhas dos Açores.

A Eucaristia, com presidência do administrador diocesano, cónego Hélder Fonseca, começa às 17h00 locais (mais uma hora em Portugal continental e Madeira), na Matriz da Povoação, antes da procissão.

No Funchal, o bispo diocesano, D. Nuno Brás, preside à Missa solene, às 18h00, na Catedral madeirense; segue-se a procissão pelas ruas da cidade, que se conclui diante da Sé.

Antes das celebrações do Corpo de Deus, a Diocese do Funchal vai realizar uma assembleia pré-sinodal para apresentar e discutir as conclusões e síntese final do processo sinodal a nível local, às 15h00, na igreja do Colégio.

Na Diocese de Setúbal – que se encontra em sede vacante – as celebrações desta solenidade são presididas pelo representante diplomático da Santa Sé em Portugal, o núncio apostólico D. Ivo Scapolo; a celebração da Eucaristia, acontece às 11h00, e a oração de Vésperas, antes da “solene procissão”, às 17h00.

Em Leiria, centenas de crianças da catequese, entre outras pessoas, vão celebrar a “presença de Cristo na Eucaristia”, numa Missas às 16h00, no jardim de Santo Agostinho, seguindo-se a procissão até ao adro da Sé, com a presidência do bispo de Leiria-Fátima, D. José Ornelas.

A solenidade começa a ser celebrada na Arquidiocese de Évora com a exposição do Santíssimo Sacramento para adoração dos fiéis, às 15h00; o arcebispo local, D. Francisco Senra Coelho, preside à Eucaristia, às 16h30, na catedral, e a procissão pelas ruas, começa uma hora depois.

Foto: Patriarcado de Lisboa

No Patriarcado de Lisboa, a Procissão do Corpo de Deus regressa às ruas da baixa, após dois anos em que foi cancelada, devido à pandemia Covid-19, a partir das 17h00, no Largo da Sé, presidida pelo cardeal-patriarca; de manhã, D. Manuel Clemente celebra a Eucaristia a partir das 11h30, também na Catedral.

No Porto, o Cabido da Sé Portucalense promove a tradicional Festividade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo na cidade: D. Manuel Linda preside à Missa Estacional, pelas 11h00, na igreja da Santíssima Trindade, da qual parte a procissão, às 16h30, em direção ao Terreiro da Sé, “onde será dada a Bênção do Santíssimo Sacramento”, após “uma alocução do bispo do Porto”.

Na Arquidiocese de Braga, a Vigararia-Geral informou que a Eucaristia será celebrada às 17h00, na Catedral minhota, seguindo-se a procissão, “de longa tradição histórica, que reclama a presença participativa”, pelas 18h00.

A solenidade litúrgica do Corpo e Sangue de Cristo começou a ser celebrada há mais de sete séculos e meio, em 1246, na cidade de Liège, atual Bélgica, tendo sido alargada à Igreja latina pelo Papa Urbano IV através da bula “Transiturus”, em 1264, dotando-a de Missa e Ofício próprios.

Esta solenidade terá chegado a Portugal provavelmente nos finais do século XIII e tomou a denominação de festa de Corpo de Deus; a exultação popular à Eucaristia é manifestada no 60.º dia após a Páscoa, uma quinta-feira, fazendo assim a ligação com a Última Ceia de Quinta-feira Santa.

O Papa Francisco referiu, na audiência geral desta quarta-feira, que a solenidade recorda “a presença real de Deus na Eucaristia, sob a forma do pão e do vinho”.

“Peçamos ao Senhor que nos conceda sermos pessoas eucarísticas, que agradecem pelos dons recebidos e se entregam aos outros, servindo com alegria, especialmente quem mais precisa”, acrescentou.

Foto: C. M. Vila do Conde

A procissão com o Santíssimo Sacramento é recomendada pelo Código de Direito Canónico, no qual se refere que “onde, a juízo do bispo diocesano, for possível, para testemunhar publicamente a veneração para com a santíssima Eucaristia faça-se uma procissão pelas vias públicas, sobretudo na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo” (cân 944, §1).

Várias localidades portuguesas decoram as ruas da procissão com tapetes floridos, como acontece este ano em Vila Conde, onde “A arte sai à rua”, após vários dias de preparação.

“O percurso criado estende-se do núcleo histórico à zona ribeirinha da cidade, criando uma relação de verdadeira simbiose entre o património histórico e o património cultural da comunidade”, indica a autarquia local.

CB/OC

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