Entre a incerteza e a esperança há  uma ponte em construção

Mensagem da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana

Este tempo gerado pela pandemia é um tempo de desinstalação e provocação, leia-se provocação – tempo de chamamento e discernimento.  Tempo de escuta e reflexão, tempo de pôr em ação os valores que nos edificam enquanto família humana, habitantes de uma casa comum. A pandemia desnudou o tanto que nos falta fazer para combater as desigualdades, mas sobretudo revelou a capacidade humana de convergir em sociedade, apesar das nossas diferenças. Enquanto Igreja a nossa fé e a nossa esperança recaem sobre o potencial de humanização que nos habita.

Há 48 anos a Comissão Episcopal que tutela a mobilidade humana entendeu que para melhor sensibilizar a Igreja, as instituições estatais e a sociedade civil, para os dramas e inquietações da diáspora portuguesa seria importante, executar com o auxílio da Obra Católica Portuguesa de Migrações, a Semana Nacional de Migrações. Com o tempo esse objetivo foi abarcando todas pessoas em mobilidade. No coração desta semana tem permanecido a peregrinação aniversária de agosto, que soma ao tema escolhido pelo Santuário… Dar graças por viver em Deus… o tema escolhido pelo Santo Padre, para o dia Mundial do Migrante e Refugiado.

Este ano, inspirados pela sua mensagem adotamos o mesmo tema : “Forçados, como Jesus Cristo, a fugir”, o enfoque recai sobre as migrações forçadas, as suas causas, os deslocados internos e a cooperação internacional.

Podemos afirmar que é um fenómeno de ontem e de hoje. Apesar de distante está bem próximo de nós e assim o comprovam as imagens que nos chegam de Cabo Delgado (Moçambique), cuja violência provocou mais de 200.000 pessoas forçadas a sair de suas casas, e escutamos os apelos incessantes, da Diocese de Pemba que os acolhe, à solidariedade Internacional e à rápida intervenção das Instâncias Políticas que tem o poder de travar, o massacre.

Inspirados pela mensagem do Santo Padre que irá assinalar o 106º dia mundial do migrante e refugiado, nas Igrejas católicas de todo o mundo, a 27 de setembro, quisemos aproveitar a semana para lançar em cada dia, um subtema que ilustra a possibilidade de concretização e operacionalização dos 6 pares de verbos.

Convidamos a embarcar nesta dinâmica os Secretariados Diocesanos de Migrações e Caritas Diocesanas que acompanham esta realidade, as comunidades católicas de língua portuguesa, as congregações religiosas, paróquias e toda a sociedade civil. O objetivo é contribuir para que se conheça e compreenda, a fim de: não termos medo de nos aproximar e servir, aprendermos a escutar para reconciliar, a fim de juntos partilharmos para crescer, coenvolver migrantes, refugiados autóctones, para promover comunidades mais inclusivas, estimular a colaboração interinstitucional para construir uma sociedade mais coesa, justa e fraterna, com um lugar  para todos.

Queremos muito ir para além do enfoque sobre os deslocados internos, esta é uma oportunidade para ir às periferias sociais e existenciais, e concretizar o que nos permite ser uma sociedade mais capaz de Acolher, Proteger, Promover e Incluir migrantes e refugiados.

Esperamos que nos possam acompanhar nas redes sociais, responder positivamente e colaborar; lançamos esta iniciativa de 9 a 16 de agosto, mas a sua dinamização continuará até ao dia 27 de setembro.

Aguardamos que todos os conteúdos sejam enviados para ocpm@ecclesia.pt os vídeos, cartas, depoimentos áudio, as fotos, enfim o material que for chegando, a fim de ser trabalhado e divulgado nas redes sociais.

Esperamos que esta dinâmica seja inspiradora e nos ajude a combater as incertezas, derrubar os muros e construir alicerces de esperança.

Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana

Obra Católica Portuguesa de Migrações

 

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