Francisco incentiva a «educar com a linguagem da cabeça, do coração e das mãos»
Cidade do Vaticano, 16 mai 2022 (Ecclesia) – O Papa disse hoje no Vaticano que uma formação universitária humana e universal é “o horizonte da paz”, falando aos reitores de treze universidades públicas e privadas da região italiana do Lácio.
Francisco alertou para “o legado universitário do Iluminismo”, que algumas universidades carregam, “que é encher a cabeça de ideias”, e afirmou que se deve “educar com a linguagem da cabeça, do coração e das mãos, e assim se cresce na sociedade”.
“Este, na prática, é o horizonte da paz que hoje justamente reivindicamos e pela qual rezamos intensamente e, portanto, de um desenvolvimento verdadeiro e integral, que não pode ser construído senão com sentido crítico, liberdade, confronto saudável e diálogo. E essas quatro coisas não podem ser feitas sem liberdade”, desenvolveu, assinalando que é a base da própria ideia de Universidade e do papel que a instituição “não pode deixar de ter, para além das barreiras e fronteiras”.
O portal de notícia da Santa Sé informa que, no encontro, o Papa recordou as grandes tarefas destas instituições nestes tempos modernos de “terceira guerra mundial aos pedaços”, da questão ambiental global e do crescimento das desigualdades, que desafiam de modo inédito e acelerado.
Neste contexto, Francisco alertou que estas situações podem levar as gerações mais jovens a um “clima de desânimo e desorientação, perda de confiança” e de “indiferença”, o que é “pior”.
“Os jovens não aceitam isso, e chamam-nos às nossas responsabilidades”, afirmou.
A intervenção destacou a importância de “escutar” os alunos e os colegas, por parte dos professores nas universidades, desejando que “nunca lhes falte a vontade”.
“Para escutar as realidades sociais e institucionais, as próximas e as globais, porque a universidade não tem fronteiras: o saber, a pesquisa, o diálogo e o confronto não podem deixar de superar todas as barreiras e em todos os setores”, desenvolveu Francisco.
O Papa desejou também que exista “a coragem da imaginação e do investimento, para um desenvolvimento humano da pesquisa”, para formar jovens capazes de trazer algo novo ao mundo do trabalho e da sociedade, e “treiná-los no respeito”, por eles, pelos outros e pela criação e pelo criador.
Neste encontro, Francisco destacou também o Pacto Educativo Global, “projeto de trabalho conjunto global”, e o Documento sobre a Fraternidade Humana, “assinando neste espírito”, a 4 de fevereiro de 2019, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.
CB/OC