Uma multidão de perto de cinco mil alunos de todo o distrito de Viana do Castelo, que frequentam a disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), concentraram-se ontem em Arcos de Valdevez no Fórum/ Festa, que decorreu sob a temática “Por uma cultura de paz e tolerância”. Este conjunto de adolescentes e jovens, conjuntamente com os professores da disciplina e outros educadores da respectiva escola, viveram uma jornada cujo núcleo central se desenvolveu no Centro de Exposições de Arcos de Valdevez, com um conjunto bastante alargado de iniciativas, desde actividades de palco realizadas por cada escola, passando por desportos como aeróbica, jogos tradicionais de equipa, candiball, e muita música à mistura. Para aqueles que não conheciam a vila de Arcos de Valdevez foi organizado um “peddy-paper”, que lhes permitiu passar pelos pontos mais marcantes do património, depois de terem ouvido uma brevíssima síntese histórica sobre “a terra e as suas gentes”. O Bispo de Viana do Castelo apelou, numa breve mensagem dirigida aos jovens presentes, ao empenhamento de cada um numa cultura de «paz interior», para depois ser vivida no contexto da colectividade. Para o prelado, a escola de onde veio cada um dos participantes deve ser um «verdadeiro laboratório» da cultura da «amizade, das relações fraterna, da paz e da tolerância». Dirigindo-se aos professores, D. José Pedreira relembrou-lhes a exigente tarefa de formarem os adolescentes e os jovens nos valores humanos e cristãos, advertindo para a necessidade de olhar os alunos como a «peça principal» de todo o sistema, para que a instituição seja capaz de transmitir os valores da paz e da tolerância «vividos e encarnados nas pessoas». Rosa Maria Castro, a professora de EMRC que coordenou a equipa que montou toda esta organização pela primeira vez em Arcos de Valdevez (diga-se elogiada por muitos professores e alunos), sublinhou que o fundamental deste evento é o convívio dos alunos da mesma disciplina das diversas escolas, sem esquecer a «renovação dos valores que ao longo do ano são transmitidos e o avivar do sentido da fé», tantas vezes dito em crise. Não deixa de impressionar a quantidade de adolescentes e jovens que, de livre vontade, continuam a frequentar as aulas de Educação Moral e Religiosa Católica, cujo Fórum/Festa é apenas uma amostra exemplificativa do facto. Paulo Gomes