Fernando Magalhães alerta para «notícias cruzadas» que baralham e criam «sentimentos de insegurança»
Lisboa, 15 set 2020 (Ecclesia) – O presidente da Associação Portuguesa de Escolas Católicas (APEC) afirmou que as instituições iniciam o novo ano letivo com “um olhar sereno, muito responsável”, perante o atual contexto de pandemia.
“Se não forem estes pilares a acompanharem-nos nem vamos fazer o trabalho de jeito, nem vamos inspirar a natural confiança àqueles que têm, naturalmente, confiança em nós, que nos confiam diariamente os seus filhos”, referiu Fernando Magalhães à Agência ECCLESIA.
O responsável realçou que têm de as escolas “de forma serena, responsável, determinada, confiante e confiada a fazer esse caminho” no início do novo ano escolar, para “reeditar novas formas de adaptação”.
“Há famílias que veem este momento de mais fácil confiança; outras com grande incerteza, dúvida; alguns com pavor, com pânico. Aqui o indicador tem de ser o nosso, das escolas, apesar dos naturais receios, das naturais formas com que encaramos isto com adaptações que se impõe”, desenvolveu.
“Impõe-se da nossa parte um olhar sereno, muito responsável mas também confiante”, salienta o diretor do Externato Frei Luís de Sousa (Almada), na Diocese de Setúbal.
O presidente da APEC alerta para o “ruído” que se gera na opinião pública, com “tantas notícias cruzadas” que acabam por “baralhar as próprias pessoas e criar-lhes sentimentos de insegurança”.
Fernando Magalhães adianta que as normas da Direção-geral de Saúde (DGS) chegaram às escolas em “tempo útil e de uma forma muito mais ponderada” do que as primeiras, aquando do confinamento de março e suspensão das atividades presenciais, quando “tudo era muito estranho e diferente”.
“Há coisas difíceis e teria sido útil orientações há mais tempo, mas compreendo. A parte das atividades referente à Educação Física chegou mais recentemente, as outras já as tínhamos na nossa posse e dão elementos orientadores”, acrescenta.
Neste contexto, o entrevistado da emissão de hoje do Programa ECCLESIA (RTP2) observa que “são orientações, são recomendações”, e se “há componentes normativas” que todos têm de seguir, existe “toda uma lógica de adaptação das instituições” que é responsabilidade destas.
Sobre a qualidade da aprendizagem, o presidente da APEC salienta que é preciso “ter claríssimo” que se “isto não é a mesma coisa no modo, não pode ser a mesma coisa no fim”, pelo que seria de prever que o ensino à distância não tivesse “os mesmos reais resultados que o ensino presencial”.
“É uma experiência que vamos fazer, creio que muito mais diluída, basta ver nas expressões artísticas, concretamente musicais, de educação física, há adaptações naturalíssimas, é natural que os fins a que se chegam sejam diferentes”, desenvolveu Fernando Magalhães.
O presidente da Associação Portuguesa de Escolas Católicas recorda ainda para apontamentos que indicam para a “valorização dos pais” em relação à escola e aos professores, com a experiência de confinamento e ensino à distância, considerando que se criaram “relações fortes, consolidadas, de confiança”.
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