Bispo responsável pelo setor sublinha importância de envolver comunidades e enfrentar mudanças na transmissão da fé
Setúbal, 05 abr 2018 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé abordou hoje, no Encontro Nacional de Catequistas, em Setúbal, o novo modelo de formação de catequistas.
D. António Moiteiro disse à Agência ECCLESIA que o plano nacional quer abarcar “todas as fases etárias da catequese”, crianças, jovens e adultos.
O bispo de Aveiro sustenta que o trabalho de catequese se apoia num “tripé”: os catequizandos; as famílias e a comunidade cristã; e os catequistas.
“A comunidade cristã tem de sentir que ela é educadora da fé dos mais novos e aí temos muito ainda a caminhar”, assinala.
Já na intervenção integrada no Encontro Nacional de Catequistas, D. António Moiteiro defendeu uma formação que leve os catequistas a terem presente a importância do “primeiro anúncio” da fé, às crianças, jovens e adultos, e uma atenção especial às famílias.
O responsável realçou que a realidade social é diferente do contexto de há 100 anos, em que a preocupação era passar os conteúdos, que depois eram reforçados na família e na paróquia.
Hoje “a catequese não pode partir do pressuposto que esse primeiro anúncio já foi feito”, frisou D. António Moiteiro.
O novo modelo vai estar em análise na próxima assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que vai decorrer entre 09 e 12 de abril em Fátima.
A reunião magna da CEP vai debater uma proposta de um ‘Plano de Formação de Catequistas’, proposto pela Comissão Episcopal da Educação Cristã e da Doutrina da Fé, tendo como base o documento “Catequese: A alegria do encontro com Jesus Cristo”.
O plano de formação de catequistas defende que a melhor forma de passar aos mais novos e aos adultos a riqueza e o entusiasmo da fé é ajudar esses educadores a serem antes de mais também “discípulos”, a ensinarem ‘pelo exemplo”, e que cada catequista seja “modelo” e “guia espiritual” que acompanha os outros na descoberta da fé.
O bispo de Aveiro deixou uma interpelação aos responsáveis de Catequese presentes no encontro: “Não sei se hoje as comunidades cristãs se reveem nos seus catequistas”.
Na sua intervenção, D. António Moiteiro colocou também a tónica na urgência de catequistas que mostrem aos outros uma verdadeira experiência pessoal de Deus e de vivência da fé.
“O problema de nós catequistas e até de nós padres é muito isto, ter experiência de…”, relevou o prelado, acrescentando que quem não vive entusiasmado com a sua missão não pode esperar entusiasmar os outros.
No Encontro Nacional de Catequese, que decorre desde esta quarta-feira em Setúbal com cerca de 60 participantes, chegou agora a fase de discussão do modelo de formação de catequese.
JCP/OC