Coordenador do departamento de EMRC da Igreja Católica destaca «aumento considerável do número de alunos de Moral no primeiro ciclo, ao contrário dos últimos anos»
Lisboa, 01 set 2011 (Ecclesia) – O plano de atividades da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) do próximo ano letivo vai privilegiar a família, enquanto “instituição basilar” de uma sociedade que ameaça “desagregar-se com a crise”.
“Por trás da conjuntura económica adversa que atravessamos existem outras crises, de valores e princípios, e entendemos que nesta fase é fundamental preservar tudo aquilo que protege de facto o ser humano”, explicou hoje à Agência ECCLESIA o coordenador do departamento de EMRC do Secretariado Nacional de Educação Cristã.
Segundo Dimas Pedrinho, “é importante que os poderes da sociedade olhem para a família como um bem a preservar, que está no centro quer como vítima quer como chave para a resolução dos problemas”.
O tema vai marcar não só a próxima Semana Nacional de Educação Cristã, entre 2 e 9 de outubro, como todas as atividades do ano letivo 2011-2012, previsto para arrancar entre 8 e 15 de setembro.
“Reforçar os laços entre a família e a escola” é, segundo o coordenador de EMRC, um dos desafios mais importantes da disciplina, que começa a ver nova luz ao fundo do túnel.
“Temos já um dado muito percetível, relacionado com o aumento considerável do número de alunos de Moral no primeiro ciclo, ao contrário dos últimos anos”, realça.
Desde 2001 que começaram a surgir dificuldades no preenchimento de horários, devido à revisão curricular implementada na altura pelo Ministério da Educação.
No entanto, “aos poucos e poucos, os agrupamentos estão a aperceber-se de que a disciplina é obrigatória em todos os ciclos, e que têm de organizar os calendários escolares em função disso”, assinala Dimas Pedrinho.
Uma prova disso mesmo, de acordo com o mesmo responsável, é que depois da “redução do número de horas nas escolas, em consequência da revisão curricular atual, há casos de professores que têm horário completo apenas com o primeiro ciclo”.
Com o novo ano escolar à porta, o coordenador do departamento de EMRC desafia os docentes a “trabalharem em conjunto” e a “ocuparem o seu lugar na escola, fiéis à identidade cristã que possuem”.
“Como estamos numa sociedade laica, as pessoas têm medo de se assumir, não temos de fazer da escola um local de culto mas temos de dar o nosso contributo específico, como fazem as outras disciplinas”, sustenta.
A aposta na formação de equipas de dinamização da EMRC ao nível das dioceses, em parceria com a Universidade Católica Portuguesa, e a manutenção de uma equipa de 10 elementos espalhados por todo o país, para ajudar na dinamização das atividades, são outros aspetos em destaque para este ano.
“A organização da disciplina é da responsabilidade da Igreja Católica mas para isso precisa de ter pessoas experientes, competentes e com formação”, defende Dimas Pedrinho, que acredita que “está a crescer uma nova dinâmica de trabalho inter-diocesano”.
JCP