D. Manuel Felício destaca necessidade de encontrar novas formas de diálogo, perante a pandemia
Guarda, 25 jan 2021 (Ecclesia) – D. Manuel Felício, bispo da Guarda, disse hoje à Agência ECCLESIA no encerramento da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que é preciso “valorizar as diferenças”, porque só assim a “comunhão fica reforçada”.
“Os cristãos têm a obrigação de construir esta unidade visível no dia-a-dia”, e este oitavário “é um dom”, realçou o representante do Departamento de Ecumenismo da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).
Este ano, a Semana de Oração pela Unidade dos cristãos (18 a 25 de janeiro) teve como pilar central um trecho do Evangelho de São João, ‘Permanecei no meu amor e produzireis muitos frutos’ e o entrevistado realçou que nesta “alegoria da videira” aparecem três atores: “Jesus que é a cepa, o pai que é o vinhateiro e nós os ramos da cepa”.
“A união entre os cristãos só se dá com base na comunhão com Cristo” e assim “é uma unidade verdadeira e em construção”, salientou D. Manuel Felício.
A proposta de reflexão para a Semana de Oração 2021 foi preparada pela Comunidade Ecuménica Monástica de Granchamp (Suíça) e “ajudou muito devido à sua espiritualidade”, segundo o bispo da Guarda.
Devido à pandemia do Covid-19, a celebração ecuménica em Portugal teve de recorrer aos meios digitais.
A celebração nacional estava prevista para a localidade da Figueira da Foz (Diocese de Coimbra), numa Igreja Presbiteriana com o “objetivo de celebrar os 50 anos Conselho Português de Igrejas Cristãs (COPIC)” que, neste meio século, “foi um valiosíssimo contributo para o diálogo ecuménico”, realçou D. Manuel Felício.
Uma das exigências e lições da pandemia é a procura “de meios complementares à relação física”, acrescentou.
O ‘oitavário pela unidade da Igreja’, hoje com outra denominação, começou a ser celebrado em 1908, por iniciativa do presbítero anglicano norte-americano Paul Wattson que mais tarde se converteu ao catolicismo.
Ecumenismo é o conjunto de iniciativas e atividades que favorecem o regresso à unidade dos cristãos; as principais divisões entre as Igrejas Cristãs ocorreram no século V, depois dos Concílios de Éfeso e de Calcedónia – Igreja Copta, do Egito, entre outras; no século XI com a cisão entre o Ocidente e o Oriente – Igrejas Ortodoxas -; no século XVI, com a Reforma Protestante e depois a separação da Igreja de Inglaterra (Anglicana).
LFS/OC