Ecumenismo: «Juntos pela Europa» aponta à unidade, sob a sombra da guerra na Ucrânia (c/vídeo)

Encontro no Porto deu protagonismo às novas gerações

Porto, 15 nov 2022 (Ecclesia) – O Movimento ‘Juntos pela Europa’ (JpE) lançou hoje um apelo à unidade, após o seu encontro internacional, no Porto, de 11 a 13 de novembro, no qual participaram 166 cidadãos de 19 países, incluindo Ucrânia e Rússia.

Gerhard Pross (Alemanha) desafiou os participantes a “entrar na divisão”, ou seja, “a suportar as tensões que muitas vezes ameaçam dividir a Europa, as Igrejas e até as próprias comunidades”, indica o JpE, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

O movimento destaca a participação dos membros vindos da Rússia e da Ucrânia, que deram rosto à “forma que essa divisão pode ter”.

Os participantes pertenciam a 45 diferentes movimentos e organizações cristãs, das Igrejas Católica, Protestante, Ortodoxa e Livre.

A irmã Nicole Grochowina, da Universidade de Nuremberga (Alemanha) e membro do Comité Diretivo do JpE, participou num debate com João Manuel Duque, teólogo e pró-reitor da Universidade Católica Portuguesa (Centro Regional de Braga), e Victoria Martín de la Torre, jornalista que trabalha em Bruxelas.

Os intervenientes convidaram as comunidades católicas a assumir o “papel de ser uma nova minoria, renunciando assim ao poder e à força numérica”, para poder recuperar “a sua verdadeira missão profética”.

Em representação da Comissão Nacional dos ‘Juntos pela Europa’ estiveram no Porto Clotilde Câmara Pestana, do Movimento Apostólico de Schoenstatt, e Júlio Martín da Fonseca, do Metanoia – Movimento Católico de Profissionais.

Júlio Martín disse hoje à Agência ECCLESIA que este foi um encontro “muito participado” e marca um “momento de crescimento” na dinâmica do (JpE) rumo a uma maior unidade.

O entrevistado evoca momentos “emotivos”, em particular a oração ecuménica pela paz, na igreja da Cedofeita, com representantes de várias confissões cristãs, e os desafios lançados para que os cristãos “abram espaços de diálogo” e promovam um maior acolhimento e a igualdade entre todos os cidadãos.

Júlio Martín saudou a participação dos jovens no encontro do Porto, mostrando a “dinâmica de juventude em Portugal” aos responsáveis de outros países.

O comunicado final destaca o contributo das novas gerações para a discussão sobre o discernimento de “uma nova visão para a Europa”.

“Construir a Europa não significa ter uma ideia idílica de unidade; significa enfrentar as imperfeições, aceitá-las e permitir que me desafiem. Em vez de impor a minha visão aos outros, posso sempre tentar responder com uma atitude cristã que favoreça o crescimento de uma nova Europa”, disse Frans Verkaart, do Movimento dos Focolares, vindo dos Países Baixos.

Salomé Andrade, do Movimento de Schoenstatt, em Portugal, falou das “periferias existenciais”.

“O JpE nos ensina a olhar além do nosso movimento. Por exemplo, na nossa cidade abrimos uma escola de música; também damos catequese e o contato com os outros oferece-nos a oportunidade de irradiar a luz que experimentamos em comunidade”, declarou.

Depois da passagem por Portugal, o JpE tem como destino, em 2023, a cidade Romena de Timisoara, na Roménia, uma das três capitais europeias da cultura no próximo ano.

De 1 a 7 de maio de 2023, os jovens da Roménia convidam outros jovens para um encontro internacional; de 16 a 18 de novembro de 2023, a Timisoara recebe o grupo alargado dos amigos da JpE.

Juntos pela Europa é uma rede ecuménica que nasceu há mais de 20 anos na Alemanha, em Ottmaring (Augsburgo) e que congrega mais de 300 Movimentos e comunidades, procurando a unidade na diversidade de culturas, línguas e regiões, para servir a construção de uma Europa de fraternidade, de reconciliação, de justiça e de paz.

PR/OC

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Agência ECCLESIA

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