Teólogo e membro da Comissão Executiva da Rede Cuidar da Casa Comum destaca assinatura de memorando comum para «certificação verde» das várias comunidades
Lisboa, 13 jun 2021 (Ecclesia) – Juan Ambrório, teólogo e membro da Comissão Executiva da Rede Cuidar da Casa Comum, afirmou que a crise climática é um teste à “credibilidade” do testemunho cristão, na atualidade, elogiando o compromisso das Igrejas em Portugal, neste campo.
“Não tenho qualquer receio de o dizer: não só do testemunho cristão, mas da relevância que as comunidades cristãs querem ou não ter, neste momento histórico tão importante que estamos a viver”, referiu o convidado da entrevista semanal conjunta Ecclesia/Renascença, publicada e emitida ao domingo.
A conversa abordou o memorando para a “certificação verde” das várias comunidades cristãs, que aponta a uma conversão ecológica e à sustentabilidade, assinado este sábado, em Lisboa.
Juan Ambrósio sublinha a dimensão social deste compromisso, para construir uma sociedade para “todos os seres humanos, sem lugar para descartados nem sobrantes”.
“A maneira como as comunidades cristãs se comportarem, no contributo para a construção da sociedade, é absolutamente relevante para serem levadas a sério”, insiste.
O programa ‘Eco Igrejas Portugal’, observa o entrevistado, quer ser um “selo de qualidade” das boas práticas de proteção do ambiente e de sustentabilidade ecológica, à imagem da ‘Église Verte’, em França.
“Nós perseguimos aqui uma sustentabilidade ecológica integral”, precisa o membro da Comissão Executiva da Rede Cuidar da Casa Comum.
O desafio passar por levar até às várias comunidades a possibilidade de se organizarem de maneira sustentável.
“Que tipo de energia utilizam, que desperdícios produzem e como é que os tratam, a descarbonização, a quem compramos os produtos, de que tipo são os produtos…coisas deste género”, aponta.
Para Juan Ambrósio, o objetivo final é “promover a mudança dos estilos de vida”.
O cuidado da Criação pode ser critério, atrevo-me a dizer que deve ser critério para aferir a fidelidade à missão e para aferir a identidade cristã”.
O teólogo destaca que o apelo e o exercício do cuidado percorrem todo o pontificado de Francisco.
“Não é simplesmente uma interpelação ou uma reflexão para o interior da comunidade cristã – também é -, o horizonte é muito mais alargado, quer implicar e convocar a humanidade, enquanto tal”, realça.
Henrique Cunha (Renascença) e Octávio Carmo (Ecclesia)